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Síria/Grã-Bretanha

Para Assad, ainda não há condições para conferência de paz

Os ministros das Relações Exteriores dos 11 países ocidentais e árabes que formam o grupo "Amigos da Síria" se reúnem hoje em Londres com o objetivo de convencer a oposição síria e o presidente Bashar al-Assad a participar da conferência de paz Genebra 2, que deveria acontecer no final de novembro. Porém, tanto o regime quanto a oposição rejeitam travar discussões diretas.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, durante entrevista à televisão libanesa, Al-Mayaden, nesta segunda-feirta, 21.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, durante entrevista à televisão libanesa, Al-Mayaden, nesta segunda-feirta, 21. REUTERS/SANA/Handout via Reuters
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Há dois anos e meio, a Síria vive uma sangrenta guerra civil, com graves consequências humanitárias, mas tanto os opositores quanto o governo recusam discutir uma solução política ao conflito na mesma mesa de negociações.

Em uma entrevista concedida ontem por Bashar al-Assad ao canal de TV libanês Al-Mayaden, o presidente sírio declarou que as condições para uma conferência de paz ainda não estão reunidas. No campo adversário, o Conselho Nacional Sírio (CNS), maior força dentro da coalizão de oposição, avisou há vários dias que não irá à conferência de paz e ainda ameaçou abandonar a coalizão caso o grupo decida ir à Genebra.

O presidente sírio nunca reconheceu a legitimidade da Coalizão Nacional de Oposição, principal interlocutor do grupo de países Amigos da Síria. Ele considera que essa coalizão foi "fabricada" pelos aliados ocidentais e árabes que tentam derrubar o regime.

Na entrevista, Assad afirmou que a Irmandade Muçulmana, movimento sunita integrante da coalizão de oposição, é um grupo "terrorista e oportunista". O ataque ao movimento sunita deve ser interpretado dentro de um contexto regional, já que o principal aliado do regime de Damasco é o governo xiita do Irã, inimigo número 1 dos sunitas na disputa pela unificação dos países de população muçulmana.

Outra complicação para a realização da conferência é que após dois anos e meio de guerra civil, a presença cada vez maior de extremistas islâmicos entre os rebeldes sírios acabou fortalecendo o poder de Assad. O Departamento de Estado americano sabe que diante do risco de a Síria se tornar um novo reduto extremista numa região potencialmente explosiva, será difícil arrancar concessões de Assad.

Em um sinal de que não está disposto a abrir mão do poder tão cedo, o líder sírio disse na entrevista ao canal libanês que poderá se candidatar às eleições presidenciais de 2014.

Participam da reunião em Londres representantes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito e Jordânia. A coalizão de oposição será representada por seu presidente, Ahmad Jarba, eleito em julho. Ele estará acompanhado de Mostafa Sabbah, derrotado na votação. 

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