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EUA/Israel

Israel julga suposta escuta de ex-premiê pelos americanos de “inaceitável”

O governo israelense reagiu com muita indignação às revelações de que o ex-primeiro ministro Ehud Olmert também pode ter sido alvo do esquema de espionagem da Agência americana de Segurança (NSA, na sigla em inglês) e também dos serviços britânicos. O ministro dos Serviços de Inteligência qualificou de “inaceitável” as supostas escutas do ex-chefe de governo de Israel.

Bandeira de Israel, próxima a Jerusalém.
Bandeira de Israel, próxima a Jerusalém. REUTERS/Ronen Zvulun
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"Nos últimos tempos, temos relações excepcionais sobre a troca de informação com os Estados Unidos e os britânicos, é quase uma comunidade de inteligência”, afirmou neste sábado à noite em uma rede de televisão o ministro Yuval Steinitz.

Ele reagiu à divulgação de uma reportagem do jornal The New York Times, citando documentos vazados pelo ex-consultor da NSA, Edward Snowden, de que o premiê Ehud Olmert e o ex-ministro da Defesa, Ehud Barack, integram uma longa lista de nomes espionados em cerca de 60 países pela agência americana entre 2008 e 2011.

“Penso que é inaceitável”, resumiu o ministro. “Não espionamos o presidente dos Estados Unidos ou a Casa Branca. As regras são muito claras. Nós assumimos compromissos em relação a este tema e os respeitamos”, afirmou Steinitz.

O deputado israelense Nachman Shai, ex-diplomata nos Estados Unidos nos anos 80, pediu um amplo debate nas comissões de Relações Exteriores e da Defesa do parlamento de Israel.

“Nós trabalhamos supondo que estamos sob escuta, incluindo pelos americanos, mas isso não é permitido. Uma vez que foi descoberta (a espionagem), não podemos ignorar”, disse em entrevista à rádio pública israelense.

Israel e seu grande aliado estratégico Estados Unidos concordaram em nunca se espionarem mutuamente, desde a detenção em 1985, em Washington, de Jonathan Pollard. O ex-especialista da marinha americana transmitiu à Israel milhares de documentos secretos sobre as atividades dos serviços de inteligência americanos no mundo árabe.

A justiça americana condenou Jonathan Pollar à prisão perpétua por espionagem, mas as recentes revelações sobre a extensão do sistema de vigilância americano fizeram Israel voltar a pedir sua libertação.

"Muito grave"

Neste domingo o jornal Yediot Aharonot revelou que a embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv alugou em 2007 um apartamento em frente ao do então ministro da Defesa, Ehud Barak , e que ali foi instalada uma grande quantidade de material eletrônico.

"Se for verdade, é muito, muito grave", declarou à rádio militar Tzahi Hanegbi, deputado do partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netaniahu. Segundo ele, Jonathan Pollard foi detido há quase trinta anos devido à atividade “clássica” de espionagem. “Se for verdade, a cela de Pollard deve ser aberta e ele autorizado a voltar para sua casa”, insistiu.

O primeiro-ministro Netaniahu garantiu nesse domingo que mantém seu pedido permanente para a libertação de Pollard, que obteve a nacionalidade israelense em 1995, mas sem reagir diretamente às revelações do New York Times.

O diário Maariv optou pelo humor para reagir à notícia de espionagem. Em editorial o jornal questiona: “Se o telefone pessoal da (chanceler alemã) Angela Merkel foi posto sob escuta pelos americanos, o que Israel poderia esperar? Seria como um insulto da parte dos Estados Unidos de pelo menos não tentar”.

 

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