Ataques marcam 11 anos da queda de Saddam Hussein

Pelo menos 18 pessoas morreram no Iraque nesta quarta-feira (9), em diversos atentados realizados com carros-bomba contra bairros de maioria xiita em Bagdá e uma cidade ao sul da capital. Os ataques foram realizados no dia do 11° aniversário da tomada de Bagdá pelas forças militares americanas, que decretou o fim do regime de Saddam Hussein.  

Moradores olham os estragos provocados por um ataque com carro-bomba no bairro de Sadr-City, em Bagdá. REUTERS/Wissm al-Okili

Em Bagdá, os atentados aconteceram por volta das 10 horas da manhã, pelo horário local. Oito carros explodiram na cidade deixando 11 mortos. O atentado mais violento foi em Qadhimiyya, no norte da capital, e provocou três mortos e oito feridos, de acordo com o ministério da Saúde.

Os outros atentados com carros-bomba sacudiram cidades da província de Wassit, no sul de Bagdá, e deixaram seis mortos. Uma outra pessoa morreu com a queda de um morteiro em Saba al-Bour, no norte do capital.

Na terça-feira (8), uma série de ataques violentos já tinha deixado ao menos 19 mortos em todo o Iraque. As forças de segurança afirmam ontem ter matado 15 insurgentes que planejavam um ataque contra uma base militar. O descontentamento da maioria sunita e o conflito na vizinha Síria aumentam a espiral de violência no país, que atingiu nos últimos meses níveis sem precedentes nos últimos cinco anos.

Eleições em clima de violência

Diplomatas e especialistas fizeram um apelo para que o governo negocie com a minoria sunita. Mas, diante das proximidades das eleições legislativas, previstas para o final de abril, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki, de origem xiita, prefere mostrar pulso firme em relação a seus adversários.

O enviado especial da ONU no Iraque, Nickolay Mladenov, disse no início de abril, que “a campanha eleitoral deve oferecer respostas aos questionamentos sobre a maneira como o Iraque resolve seus problemas”. Diversas formações políticas expõem mais suas origens comunitárias do que propriamente seus programas de governo.

As eleições legislativas de 30 de abril acontecem em meio a pior onda de violência no Iraque desde 2008. Os ataques são quase diários e já deixaram 2.400 mortos desde o início do ano, segundo estimativa da agência AFP.

O premiê al-Maliki disputa um terceiro mandato nas eleições que tiveram 9.040 inscritos na corrida pelas 328 cadeiras na Assembléia Nacional.