Acesso ao principal conteúdo
País de Gales/OTAN

OTAN condena "atos bárbaros" do Estado Islâmico e EUA anunciam coalizão

Líderes dos países-membros da OTAN entram nesta sexta-feira no segundo dia da cúpula da organização, no País de Gales. A situação de instabilidade na Ucrânia e a crescente ameaça do Estado Islâmico na Síria e no Iraque devem dominar as discussões. Os Estados anunciaram a formação de uma coalizão internacional contra o grupo.

O presidente François Hollande, o ucraniano Petro Porochenko, e o americano Barack Obama, em Newport
O presidente François Hollande, o ucraniano Petro Porochenko, e o americano Barack Obama, em Newport REUTERS/Alain Jocard
Publicidade

Com a colaboração de Malu Cavalcanti, correspondente da RFI em Londres

Os Estados Unidos também anunciaram a formação da base de uma coalizão para combater o Estado Islâmico no Iraque, segundo o secretário de Estado americano John Kerry. "É preciso atacá-los de maneira a impedir o ataque de novos territórios, reforçando as forças de segurança iraquianas sem enviar nossas próprias tropas", disse Kerry.

No início da manhã, os países membros da OTAN já haviam condenado por unanimidade os “atos bárbaros” do Estado Islâmico. A declaração foi feita pelo primeiro-ministro David Cameron na abertura da cúpula da organização em Newport, no País de Gales. "As ameaças terroristas só reforçam nossa determinação em defesa dos nossos valores e no desejo de vencer o Estado Islâmico", disse Cameron.

A organização jihadista, que já executou os jornalistas americanos James Foley e Steven Sottlof, agora ameaça matar um refém britânico. A luta contra o Estado Islâmico estará no centro dos debates nesta sexta-feira. O assunto também foi discutido no jantar entre os chefes de estado da OTAN nesta quinta-feira à noite.

Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha, a Itália, a Turquia, a Polônia, o Canadá, a Dinamarca e a Austrália se reuniram nesta manhã para analisar a situação no Iraque e na Síria. Uma eventual intervenção internacional em território sírio, onde o presidente Bashar al-Assad não pode ser considerado como um parceiro pela maioria dos países ocidentais, também poderá ser cogitada.

Os Estados Unidos, que iniciaram os bombardeios aéreos no norte do Iraque para interromper o avanço dos jihadistas, defendem a criação de uma coalizão internacional. Diversos países, incluindo a França, decidiram enviar armas para os combatentes curdos no norte do Iraque para lutar contra o EI.

Reunião discute conflito na Ucrânia

A reunião de hoje na OTAN também começa com a promessa de que os governos da Ucrânia e da Rússia, juntamente com os rebeldes separatistas do leste ucraniano, devem chegar a um a acordo sobre um plano de paz ainda esta tarde, quando representantes das três partes de reunirem em Minsk, em Belarus.

Mas fontes dos países da Otan disseram que o clima entre os líderes da aliança é de desconfiança quanto a um cessar-fogo permanente. A previsão é de que os Estados Unidos e a União Europeia confirmem as sanções contra a Rússia anunciadas na quinta-feira,que atingem principalmente bancos e indivíduos próximos ao presidente Vladimir Putin.

A OTAN também poderá anunciar a criação de uma força especial capaz de ser deslocada em 48 horas para uma zona de conflito em caso de necessidade.

Na noite de quinta-feira, os chefes de Estado e de Governo da Otan participaram de um jantar de gala no castelo de Cardiff, capital do País de Gales. Em um discurso, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu para que os países da aliança não paguem resgates para grupos terroristas que sequestrarem seus cidadãos, como faz a França. Segundo ele, isso alimenta a compra de armas e as ações terroristas e acaba colocando em risco a população ocidental em suas próprias casas.

Cameron afirmou ainda que a Grã-Bretanha vai usar tudo o que tiver em seu poder para derrotar o Estado Islâmico, grupo jihadista que vem crescendo no Iraque e na Síria. E disse que a OTAN quer adotar uma estratégia abrangente para acabar com o terrorismo em todas as frentes.

Enquanto isso, o Estado Islâmico continua ameaçando matar um cidadão britânico de 44 anos que foi capturado há mais de um ano na Síria, se os Estados Unidos não suspenderem os ataques aéreos às bases do grupo no Iraque.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.