Estado francês envolvido no caso Lafarge?
Em França, um ano depois da abertura de uma investigação sobre as ligações entre grupos armados e a empresa de cimento Lafarge, a ONG Sherpa pediu que seja ouvido pela justiça, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius.
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A empresa francesa de cimento, Lafarge, é acusada de financiar indirectamente grupos armados na Síria, entre eles o autoproclamado Estado Islâmico.
No entanto quando antigos responsáveis foram ouvidos pela justiça francesa, estes afirmaram que a vontade de ficar, desse por onde desse, num país em guerra teve o aval das autoridades de Paris.
Tudo começou em Outubro de 2010 quando a Lafarge construiu uma fábrica em Jalabiya no Norte da Síria. Em 2013 os jihadistas ocupam o terreno. No entanto, e contrariamente a outras empresas, a Lafarge ficou. Segundo Christian Herrault, antigo director geral adjunto das operações do grupo, de seis em seis meses iam ver o embaixador da França na Síria que lhes pediu para resistirem, que o conflito não iria durar.
Segundo as informações obtidas, a Lafarge pagou entre 80 e 100 mil dólares a um intermediário. Em contra-partida a organização terrorista de Abou Bakr al-Baghdadi deu uma autorização à empresa para continuar a trabalhar nessa zona.
A 29 de Junho de 2014, no dia em que al-Baghdadi proclamou o seu califado, um encontro foi organizado entre um dos responsáveis da organização e o responsável da segurança da empresa de cimento.
A ONG Sherpa pediu que o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Laurent Fabius e que dois antigos embaixadores da França na Síria fossem ouvidos no âmbito desta investigação.
Ouça a Crónica sobre o Caso Lafarge.
Crónica de Marco Martins
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