Pyongyang ameaça cancelar encontro com Washington
A Coreia do Norte ameaçou anular a cimeira prevista com os Estados Unidos no dia 12 de Junho em Singapura, alegando que os Estados Unidos estariam a tentar obrigar Pyongyang a renunciar unilateralmente ao seu arsenal atómico.
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Depois da sua cimeira histórica com a Coreia do Sul em finais de Abril durante a qual se comprometeu a desistir da arma atómica e a selar a paz definitiva com Seul, 65 anos depois da sua guerra fratricida, Pyongyang dá uma reviravolta espectacular tendo desde já cancelado uma reunião de alto nível com a Coreia do Sul que estava prevista hoje.
"Se os Estados Unidos tentam colocar-nos entre a espada e a parede ou forçar-nos a renunciar unilateralmente ao nosso arsenal nuclear, não estamos interessados neste tipo de diálogo" declarou o Ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte Kim Kye Gwan visando em particular John Bolton, Conselheiro americano para a Defesa Nacional que teria evocado o "modelo líbio", em referência à decisão em 2004 da Líbia então dirigida por Kadhafi de transferir as componentes do seu programa nuclear para os Estados Unidos.
Também descontente com a proposta do Secretário de Estado americano Mike Pompeo, segundo a qual os Estados Unidos poderiam dar apoio económico em troca do abandono por Pyongyang do seu programa nuclear, o responsável diplomático norte-coreano declarou que o seu país "nunca esperou pela ajuda americana para conduzir a sua construção económica" e que "nunca concluirá um acordo deste género".
Os exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos que decorrem desde o dia 14 até ao 25 de Maio qualificados ainda hoje de "provocação" por Pyongyang também não são alheios a este resfriamento repentino. O departamento de Estado americano alega que esta reivindicação já antiga da Coreia do Norte não foi mencionada como condição para encetar o diálogo, contudo Pyongyang nunca chegou a desistir publicamente desta exigência.
Por seu lado, reagindo a esta decisão, em Washington, a porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders considerou que as declarações de Pyongyang "não fogem ao registo habitual" antes de acrescentar que a administração americana "conserva a esperança de que o encontro entre Trump e Kim Jong-Un terá lugar".
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