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Kosovo

Eleições legislativas no Kosovo

Os eleitores do Kosovo escolhem, este domingo, um novo Parlamento num país dominado pela corrupção, pelos altos níveis de desemprego e pela má relação com a vizinha Sérvia. Os analistas apontam que uma coligação de centro-direita entre a LDK (Liga Democrática do Kosovo) e a esquerda nacionalista Vetevendosje poderá tirar a coligação do primeiro-ministro Ramush Haradinaj do poder.

Eleições legislativas antecipadas no Kosovo. Mesa de voto em Mitrovica. 6 de Outubro de 2019.
Eleições legislativas antecipadas no Kosovo. Mesa de voto em Mitrovica. 6 de Outubro de 2019. Vladimir Zivojinovic / AFP
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As eleições foram antecipadas pela demissão do primeiro-ministro Ramush Haradinaj, em Julho, que foi convocado pelo Tribunal Internacional de Crimes de Guerra de Haia pelo seu papel na guerra de 1998-99. Ainda que os eleitores considerem os líderes militares como heróis na luta contra a Sérvia, as dificuldades do governo de coligação de Haradinaj prendem-se com a corrupção, os altos níveis de desemprego e a pobreza no país com 1,8 milhões de habitantes. Tanto mais que a aliança entre o PDK (Partido Democrático do Kosovo) do presidente Hashim Thaçi e o AAK (Aliança para o Futuro do Kosovo) do primeiro-ministro Ramush Haradinaj está fragilizada pelas divisões entre as duas forças políticas.

Ainda que não haja sondagens publicadas, os analistas consideram que uma coligação de centro-direita entre a LDK (Liga Democrática do Kosovo) e a esquerda nacionalista Vetevendosje poderá chegar ao poder.

A candidata da LDK, Vjosa Osmani, quer ser a primeira mulher a chefiar um governo do país e disse, na campanha, que “em mais de 90% dos casos, são os homens que estão envolvidos em corrupção”. Albin Kurti, da esquerda nacionalista, é um antigo líder estudante que esteve nas prisões sérvias. Ambos têm em comum a hostilidade aos partidos tradicionais do país e representam uma geração de kosovares mais familiarizados com a vida no Ocidente.

Os futuros dirigentes do Kosovo vão ser submetidos a uma forte pressão internacional para recomeçar conversações com a Sérvia, um conflito que continua a ser uma das principais fontes de instabilidade na Europa.

Vinte anos depois da guerra que conduziu ao fim da Jugoslávia e fez 13 mil mortos, Belgrado continua a não reconhecer a independência proclamada em 2008 pela sua antiga província. Além da Sérvia, que continua a considerar o Kosovo precisamente como uma província na sua Constituição, a independência do Kosovo não foi reconhecida por cinco estados da União Europeia mais a Rússia e a China, contra mais de 100 países que a reconheceram.

As péssimas relações entre Belgrado e Pristina constituem um obstáculo para a aproximação da Sérvia à União Europeia, para a qual os sérvios pediram a adesão. A tensão entre Pristina e Belgrado piorou no último governo, com o primeiro-ministro kosovar, Ramush Haradinaj, a impor uma taxa de 100% nas importações de produtos sérvios.

Agora, nenhum dos potenciais vencedores tem qualquer intenção de fazer cedências territoriais à Sérvia nem recuar na taxa sobre as importações, que são condições sérvias para recomeçar as conversações.

Outro tema controverso é precisamente a organização institucional dos sectores onde vivem os sérvios do Kosovo, que são 40.000 no norte e 80.000 numa dezena de enclaves, os quais vão eleger dez deputados.

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