Camboja: principal opositor falhou regresso
O principal opositor do Camboja falhou nesta quinta-feira o seu regresso ao país ao não conseguir embarcar em Paris num voo rumo à Tailândia. Sam Rainsy afirma-se determinado em conseguir voltar à sua terra por altura do dia nacional, a 9 de Novembro.
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Este muito crítico do primeiro-ministro Hun Sen previa viajar rumo a Bangecoque para se juntar a cambojanos ali radicados para com eles atravessar a fronteira rumo ao seu país natal.
A companhia aérea Thai Airways recusou o embarque de Sam Rainsy, tendo-se evocado um problema com a data da reserva.
Também as autoridades tailandesas já tinham indicado que recusariam a entrada do opositor cambojano no seu território.
Sam Rainsy refugiou-se em França há quatro anos alegando ser vítima de processos políticos no seu país onde se arriscaria a cumprir 30 anos de cadeia.
"Nunca hei-de abandonar", afirmou Sam Rainsy ao deixar o Aeroporto de Paris dizendo-se determinado em conseguir outro voo para deixar a muito curto prazo a capital francesa rumo à Tailândia, para seguir depois rumo ao Camboja.
Este afirmou-se pronto a morrer, lembrando ter escapado a várias tentativas de assassínio.
Sam Rainsy denuncia o facto de Hun Sen ter feito do Camboja uma "propriedade pessoal e da sua família". Ele vende o Camboja aos Chineses, os Chineses compram tudo. O Camboja é o país mais corrupto do mundo e um dos mais pobres do mundo".
Ele tinha co-fundado o Partido da salvação nacional do Camboja (PSNC) que obtivera 55 surpreendentes lugares nos 123 do parlamento.
A sua formação política acabou por ser dissolvida pelo Supremo Tribunal em Novembro de 2017.
O primeiro-ministro Hun Sen está no poder desde 1985 e reforçou o seu controlo do país na sequência das eleições legislativas de 2018 que deram ao Partido do povo cambojano a integralidade dos assentos no parlamento, resultados vivemente contestados.
Ouça aqui as declarações de Sam Rainsy, determinado em garantir o seu regresso ao país natal.
"Estamos determinados em voltar para o Camboja, acompanhados por pessoas de todo o mundo que se juntam ao povo cambojano.
E juntos vamos lutar por uma verdadeira mudança democrática.
O Camboja é um país que precisa da democracia.
O nosso projecto continua intacto. Repito que continuamos determinados em voltar."
Sam Rainsy, opositor cambojano
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