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George Floyd/Racismo

Estados Unidos/Houston: útima homenagem a George Floyd

O cidadão afro-americano George Floyd será sepultado esta terça-feira em Houston, no Texas, a sua terra natal, mas os protestos em todo o país contra este crime racista, poderão influenciar o rumo das eleições presidenciais de 3 de novembro.

Antigos alunos do liceu Jack Yates em Huston, frequentado por George Floyd, organizaram uma vigília em sua homenagem a 8 de junho.
Antigos alunos do liceu Jack Yates em Huston, frequentado por George Floyd, organizaram uma vigília em sua homenagem a 8 de junho. RFI/Thomas Harms
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George Floyd, 46 anos de idade, foi assassinado por asfixia a 25 de maio pelo polícia branco Derek Chauvin, que o sufocou com o joelho durante quase nove minutos e é indiciado de homicídio em segundo e terceiro grau e homicídio culposo, juntamente com os três polícias cúmplices que assistiram impavidamente ao crime.

A cerimónia fúnebre de carácter privado, tal como o enterro decorrem esta terça-feira (9/06) em Houston, no Texas, onde George Floyd nasceu, mas estão acreditados cerca de mil jornalistas, para cobrir o acontecimento, que teve repercussões planetárias, com manifestações esta terça-feira nos quatro cantos do mundo.

George Floyd teve três funerais, em Minneapolis, na Carolina do Norte e em Houston, mas este terá sem dúvida um cariz mais político e o elogio fúnebre será aliás proferido pelo reverendo e militante dos direitos humanos Al Sharpton, que é um acérrimo crítico do Presidente Donald Trump.

Este crime, que deu origem a reivindicações para uma profunda reestruturação da polícia, poderá influenciar o rumo das eleições presidenciais nos Estados Unidos a 3 de novembro, devido às posições antagónicas dos dois protagonistas, com o Presidente Donald Trump a classificar os manifestantes de Minneapolis de "bandidos", defendendo a primazia da "lei e da ordem" e ameaçando enviar o exército para as ruas, para acalmar os manifestantes, enquanto o seu adversário Joe Biden, vice-Presidente de Barack Obama, o primeiro Presidente negro ods Estados Unidos, visitou ontem a família de George Floyd em Houston e gravou uma mensagem em video, para ser difundida esta terça-feira durante a cerimónia fúnebre.

Esta segunda-feira, cerca de 7.000 pessoas prestaram homenagem a George Floyd, cujo corpo esteve em câmara ardente durante sete horas na igreja Fountain of Praise, no sul de Huston, enquanto no liceu Jack Yates que ele frequentou e no bairro onde ele nasceu, foram organizadas vigílias, nas quais participaram milhares de pessoas, seus antigos colegas, amigos e desconhecidos que quiseram prestar homenagem a George Floyd.

Simultaneamente era projectado um filme sobre a sua vida, no qual os seus irmãos agradecem aos antigos alunos e professores do liceu Jacka Yates no sul de Houston e a equipa de futebol americano de 1993, da qual George Floyd fez parte, se ajoelhava.

O governador do Texas, o republicano Gregg Abbott também se deslocou para saudar a memória George Floyd que se tornou no símbolo das desigualdades, discriminações, violência policial e racismo nos Estados Unidos e no mundo.

Sondagens favoráveis a Joe Biden

Ainda é cedo para prever o impacto a longo prazo no resultado das eleições presidenciais de 3 de novembro, mas as últimas sondagens favorecem em 14% o ex-vice-presidente Joe Biden.

Uma delas, feita pela NPR/PBS Newshour e Marist indica que dois terços dos entrevistados consideram que Trump agravou as tensões raciais no paí­s desde a morte de George Floyd e discordam da forma como ele falou dos manifestantes.

Contrariamente ao que se passou em 1968, durante os protestos pelos direitos cívicos e contra o racismo, na sequência da morte de Martin Luther King, quando a maioria da população apoiava a polí­cia, dessa vez a maioria apoia os manifestantes e uma sondagem do canal CNN mostra Biden com 14% de intenções de voto mais do que Trump.

A maneira como Trump lidou com a pandemia de Covid-19 e o estado da economia americana também pesam na decisão dos eleitores, esta segunda-feira (8/06), o Escritório Nacional de Pesquisa Económica declarou que os Estados Unidos entraram oficialmente em recessão em fevereiro, mas ao mesmo tempo, os dados do desemprego melhoraram, com a criação de 2,5 milhões de empregos.

 

 

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