Movimento islamista apela ao fim de protestos contra publicação de caricaturas
O movimento islamista paquistanês Tehrik-i-Labaik, apelou ao fim das manifestações contra a publicação, em França, de caricaturas do profeta Maomé. Segundo o movimento religioso radical, o governo do Paquistão concluiu um acordo com os islamistas, segundo o qual ele aprova o boicote aos produtos franceses no país do sudeste asiático.
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Na véspera do acordo considerado inédito por observadores, confrontos ocorreram entre partidários do Tehrik-i-Labaik e as forças da ordem em Islamabade, capital do Paquistão.
Segundo declarou à agência noticiosa Reuters, Ejaz Ashrafi, porta-voz do Tehrik-i-Labaik, o seu movimento decidiu pôr termo aos protestos contra a publicação das caricaturas do profeta Maomé, porque chegou a um acordo para qu, o governo do Paquistão aprove oficialmente o boicote aos produtos franceses.
Nenhum representante das autoridades de Islamabade reagiu aos pedidos de confirmação do referido acordo, mas figuram no documento, em posse das agências de notícias, as assinaturas de dois ministros. O acordo prevê nomeadamente que, o Parlamento paquistanês peça a expulsão do embaixador francês em Islamabade.
Na sua edição de 18 de Novembro, o diário francês Le Figaro, realçou o facto de que é "a primeira vez na história da República Islâmica do Paquistão, que uma organização religiosa, conseguiu ditar a política externa de uma governo eleito".
Para além do boicote aos produtos franceses e o corte de relações diplomáticas com a França, o acordo redigido manualmente e assinado entre os islamistas paquistaneses e o executivo, prevê a libertação de todos os membros e dirigentes do Tehrik-i-Labaik, detidos durante as manifestações de protesto.
O Tehrik-i-Labaik, esteve igualmente na origem das violentas manifestações, em Novembro de 2018, contra a absolvição da cristã paquistanesa Aasyia Noreen, mais conhecida pelo nome de Asia Bibi. Esta última tinha sido sentenciada por um tribunal paquistanês de Lahore por blasfémia e condenada à morte.
Todavia no dia 18 de Outubro de 2018, o Supremo Tribunal do Paquistão decidiu anular a sentença, considerando que não havia provas suficientes contra Asia Bibi. A referida absolvição desencadeou uma série violenta de protestos, liderada pelo Tehrik-i-Labaik.
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