Nobel da Medicina para David Julius e Ardem Patapoutian
O Prémio Nobel da Medicina foi atribuído aos cientistas David Julius e Ardem Patapoutian “pelas suas descobertas de receptores para temperatura e tacto” que podem ajudar no tratamento da dor crónica.
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David Julius e Ardem Patapoutian revelaram como o calor, o frio e o tacto chegam ao sistema nervoso e podem ajudar no tratamento da dor crónica.
O americano David Julius, de 65 anos, professor na Universidade da Califórnia, encontrou um gene capaz de tornar as células sensíveis à capsaicina, uma substância química da pimenta preta que causa sensações de ardor associadas a esta especiaria. O gene codifica um canal com receptores para a capsaicina, baptizado de TRPV1, que abre caminho para a revelação de receptores de detecção de temperatura adicionais que podem ser usados como alvo para terapêutica.
O americano de origem libanesa e arménia Ardem Patapoutian, de 54 anos e professor na Scripps Research na Califórnia, utilizou o mentol para identificar o TRPM8, um outro receptor que se demonstrou ser activado pelo frio.
A partir destas duas experiências, foram identificados novos receptores, os chamados canais iónicos, que são activados por diferentes temperaturas.
Ardem Patapoutian também descobriu como é que os estímulos mecânicos são captados e convertidos em sensações de toque e pressão. O investigador encontrou dois genes, o Piezo 1 e o Piezo 2, que, quando eram inactivados, tornavam as células insensíveis ao toque. Um conhecimento está a ser usado para desenvolver tratamentos para uma ampla gama de condições de doença, incluindo dor crónica.
A semana dos anúncios dos prémios continua com o Nobel da Física esta terça-feira, da Química na quarta-feira, da Literatura na quinta-feira e da Paz na sexta-feira. O Nobel da Economia é anunciado na próxima segunda-feira.
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