Sudão: Ministros demitem-se após libertação
12 dos 17 ministros provenientes das Forças pela Liberdade e Mudança - FLC – decidiram apresentar a demissão após terem sido libertados, assumindo estar contra o acordo assinado entre o primeiro-ministro Abdallah Hamdok e o general Abdel Fattah al-Burhan.
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As autoridades sudanesas libertaram na segunda-feira 22 de Novembro, vários políticos detidos após o golpe militar de 25 de Outubro. Esta medida foi alcançada após o acordo assinado no passado domingo entre o general Abdel Fattah al-Burhan e o primeiro-ministro Abdullah Hamdok.
O primeiro-ministro Abdullah Hamdok, detido e colocado sob vigilância após o golpe, reapareceu em público pela primeira vez no domingo 21 de Novembro. O primeiro-ministro aceitou assinar um acordo de 14 pontos que previa o seu regresso ao poder como primeiro-ministro e a libertação de políticos também eles detidos após o golpe.
Recorde-se que nas últimas semanas, os sudaneses manifestaram-se contra o poder militar e pela libertação de civis detidos. A repressão foi sangrenta causando 41 mortos e centenas de feridos.
De acordo com analistas, o general Abdel Fattah al-Burhan conseguiu acalmar a comunidade internacional e manter o controlo no que diz respeito à transição.
Os militares reiteraram que vão conduzir o Sudão a eleições livres e transparentes em Julho de 2023.
De notar que os Estados Unidos, o Reino Unido, a Noruega, a União Africana e a União Europeia, bem como os aliados árabes do Exército, a Arábia Saudita e o Egipto, saudaram o anúncio feito no passado domingo.
No entanto, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, pediu mais "avanços" antes de retomar a ajuda financeira ao país, suspensa após o golpe. A ajuda ao Sudão é de 700 milhões de dólares.
Crónica de Marco Martins 23-11-2021
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