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Sudão/ Política

Protestos pró-transição democrática no Sudão após reforço de poder militar

O Sudão, onde um golpe militar ocorreu no passado mês de Outubro, teve este sábado mais protestos populares contra a junta militar controlada pelo general Abdel Fattah Al-Burhan. A população foi às ruas para exigir o restabelecimento do processo de democratização, numa altura em que o general al-Buhran nomeou um novo conselho de transição, do qual foram excluídos os dirigentes favoráveis a um governo civil.    

 O  general Abdel Fattah al-Burhan,  chefe do novo Conselho Soberano  de Transição, que reforça o controlo dos militares  na vida política. Os membros do novo conselho, militares e civis, tomaram posse  a 12 de Novembro de  2021.
O general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do novo Conselho Soberano de Transição, que reforça o controlo dos militares na vida política. Os membros do novo conselho, militares e civis, tomaram posse a 12 de Novembro de 2021. © ASHRAF SHAZLY/AFP
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Segundo Hamza Baloul, ministro da Informação do governo sudanês, destituído no dia 25 de Outubro de 2021, o  novo Conselho Soberano de Transição, do qual foi excluído o bloco de dirigentes que reclama um governo civil, não é, senão, a continuidade do golpe militar liderado pelo general Abdel Fattah Al-Buhran.

Buhran, que se tornou o homem forte do Sudão depois da queda do presidente Omar Bashir, em 11 de Abril de 2019, permanece na chefia do Conselho Soberano de Transição, que, de agora em diante, reforça de facto o poder dos militares, neste país do nordeste de África.

Os protestos de hoje, que levaram a junta militar a destacar um importante dispositivo de forças de segurança, visam reivindicar um governo civil.

Antecipando as manifestações, a junta do general Abdel Fattah Al-Burhan, não só reforçou o dispositivo de  segurança, como também fechou a circulação em pontes e nalgumas estradas, que têm ligação a Cartum.

As  forças de segurança recorreram a granadas de gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes, na capital, Cartum, em Wad Madani, no sul, assim como em Porto Sudão e em Kassala, no leste do país.    

A ONU expressou a sua preocupção perante a evolução política do Sudão e pediu aos militares, no poder, para se absterem de recorrer à violência contra os manifestantes.

Os chamados "comités de resistência" estão na origem da organização informal dos protestos de hoje, que, de certa forma são o reflexo das divisões no seio da oposição civil sudanesa, enfraquecida frente à junta militar.

As manifestações contra o golpe de 25 de Outubro de 2021 resultaram na morte de pelo menos 15 pessoas.

Os membros, militares e civis, do novo Conselho Soberano de Transição do Sudão, chefiado pelo general Abdel Fattah Al-Buhran, prestaram juramento a 12 de Novembro de 2021. As Nações Unidas consideram que o referido conselho representa uma violação do processo democrático, estabelecido no Sudão, após a queda de Omar Bashir a 11 de Abril de 2019.                

 

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