Estados Unidos e Coreia do Sul querem reforçar cooperação militar
Os Presidentes dos Estados Unidos e da Coreia do Sul afirmaram, este sábado, que querem reforçar os seus exercícios militares para conter “a ameaça” crescente da Coreia do Norte que, segundo Seul, está a acelerar o programa militar e a preparar um teste nuclear. Nesta primeira visita à Ásia enquanto Presidente, Joe Biden também propôs ajuda a Pyongyang para enfrentar a pandemia de Covid-19.
Publicado a: Modificado a:
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, sublinharam que querem reforçar a cooperação militar, numa altura em que os serviços de informações de Seul advertiram que a Coreia do Norte terminou os preparativos para realizar um teste nuclear que seria o sétimo da sua história e o primeiro em cinco anos. Washington também não excluiu a possibilidade de “uma provocação” de Pyongyang durante a primeira visita oficial de Joe Biden à Ásia.
Ainda assim, os dirigentes americano e sul-coreano estenderam a mão à Coreia do Norte para a ajudar a lidar com a pandemia de Covid-19, tendo em conta que a população não está vacinada e que, desde o aparecimento do primeiro caso – oficialmente na semana passada - já se registam cerca de 2,6 milhões de casos e 66 mortos, de acordo com os números oficiais publicados este sábado. Joe Biden e Yoon Suk-yeol declararam-se "preocupados" e “dispostos a trabalhar com a comunidade internacional para ajudar”. O Presidente norte-americano adiantou mesmo que Washington propôs vacinas a Pyongyang mas que “não obteve resposta”.
Porém, as atenções estão mesmo voltadas para as intenções militares de Pyongyang. A hipótese de concretização de um teste nuclear pode definir o rumo das relações americano-sul-coreanas nos próximos cinco anos, tendo em conta que o novo Presidente sul-coreano chegou ao poder a 10 de Maio.
As conversações com a Coreia do Norte estão paradas desde 2019 depois de uma cimeira entre Kim Jong Un e o ex-presidente norte-americano Donald Trump. Este sábado, Joe Biden disse que só aceita uma eventual reunião com o dirigente norte-coreano se este for “sincero”.
A Coreia do Sul e o Japão - onde Biden se desloca este domingo - são considerados essenciais na estratégia norte-americana de conter a China e de manter a região Indo-Pacífica “livre e aberta”, de acordo com Washington. Tanto é que nas primeiras declarações à chegada a Seul, Joe Biden falou na aliança entre os dois países como “um pilar de paz, de estabilidade e de prosperidade” no mundo.
Este domingo, Joe Biden desloca-se ao Japão, onde vai ser recebido pelo imperador e pelo primeiro-ministro e onde vai participar numa cimeira que junta os Estados Unidos, o Japão, a Índia e a Austrália.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro