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Etiópia

Etiópia e Eritreia lançam ofensiva conjunta contra Frente de Tigray

Na Etiópia o porta-voz da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), Getachew Reda, denunciou que os exércitos da etíope e eritreu lançaram uma ofensiva conjunta na região. Depois de um cessar-fogo de cinco meses, os habitantes da região voltam mais uma vez a ser alvo de embates entre o governo central e grupos armados.

Os exércitos etíope e eritreu lançaram uma ofensiva conjunta na região do Tigray nesta quinta-feira, rompendo um cessar-fogo de cinco meses. Este conflito começou em Novembro de 2020.
Os exércitos etíope e eritreu lançaram uma ofensiva conjunta na região do Tigray nesta quinta-feira, rompendo um cessar-fogo de cinco meses. Este conflito começou em Novembro de 2020. © Ben Curtis/AP
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Depois de um cessar-fogo de cinco meses, os conflitos retomaram no norte da Etiópia. Na quarta-feira, o governo etíope e os rebeldes acusaram-se mutuamente de abrirem novas frentes de combate na região.

Numa declaração emitida na quarta-feira de manhã, o governo etíope acusou os rebeldes de terem "expandido a sua ofensiva a outras áreas" no norte da Etiópia, especificamente na zona administrativa de Wag (nordeste de Amhara), em Wolkait, num distrito de Tigray ocidental, e na parte ocidental de Amhara, na fronteira com o Sudão.

Na semana passada, a força aérea da Etiópia afirmou ter abatido um avião que supostamente transportava armas que “atravessavam a fronteira a partir do vizinho Sudão”.

O cenário mudou com a entrada da Eritreia no conflito nesta quinta-feira, apesar dos apelos internacionais para o fim das hostilidades. O porta-voz da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), Getachew Reda, confirmou a presença de soldados eritreus na região, a efectuar missões de apoio ao exército etíope.

A Eritreia é um inimigo histórico da TPLF, que governou a Etiópia de 1991 até 2018. Durante este governo, uma série de disputas fronteiríças levaram a um conflito armado entre os dois países, que começou em 1998 e terminou - oficialmente - em 2018, com o primeiro-ministro Abiy Ahmed a assinar um acordo de paz que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz.

Organização expõe inacção do governo perante massacres contínuos

Em Junho, uma milícia não identificada executou mais de 400 civis Ahmara, incluindo mulheres e crianças. O grupo queimou e destruiu centenas de casas e empresas, mas também roubou gado e outros pertences. 

Um artigo da Human Rights Watch alerta para o aumento de massacres de civis na região perpetrado por grupos armados, e a inacção do governo central de Adis Abeba para proteger as populações locais.

"Tem havido cada vez mais casos de massacres significativos de Ahmaras na região durante os últimos dois, três anos. Isto ocorre no contexto de uma grande contra-insurgência do governo, na qual os civis Oromo também são alvo".

Há relatos de que membros do governo regional e também mais pessoas locais se deslocaram a uma ou duas das aldeias que foram afectadas pelos ataques, mas não há, de momento, provas de que haja investigações exaustivas. Os sobreviventes disseram-nos que não tiveram respostas sobre o que aconteceu.

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