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#Irão

ONU aprova inquérito sobre repressão no Irão

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou, esta quinta-feira, o lançamento de um inquérito independente sobre a repressão dos protestos contra o poder no Irão. Teerão não reconhece a missão e considera que qualquer mecanismo para examinar os protestos "é desnecessário e uma violação da soberania nacional".

Retratos de algumas das vítimas mortais da repressão iraniana, numa manifestação em Genebra durante uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. 24 de Novembro de 2022.
Retratos de algumas das vítimas mortais da repressão iraniana, numa manifestação em Genebra durante uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. 24 de Novembro de 2022. AFP - VALENTIN FLAURAUD
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O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou, esta quinta-feira, a criação de uma missão de inquérito independente para “recolher e analisar provas” de violações dos direitos humanos durante os protestos no Irão, desencadeados após a morte, em Setembro, da jovem Mahsa Amini detida três dias antes pela polícia dos costumes por alegado uso indevido do véu islâmico. A repressão causou mais de 300 mortos, incluindo 40 crianças, e quase 15 mil detidos.

Esta sexta-feira, Teerão indicou que não reconhece a missão: “A República Islâmica do Irão considera a formação de qualquer mecanismo para examinar os acontecimentos dos últimos dois meses no Irão desnecessária e uma violação da soberania nacional e não reconhece a missão estabelecida para este fim”, comunicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

O Irão condenou uma resolução que considera “imposta por alguns países ocidentais" e defendeu as acções face às manifestações, argumentando que as autoridades persas demonstraram “o máximo apaziguamento e bondade humana para com os detidos e especialmente a máxima tolerância para com as mulheres”.

Depois da morte, a 16 de Setembro, da jovem curda iraniana de 22 anos, Mahsa Amini, os protestos contra o uso da força no Irão foram dando lugar a manifestações de apoio às mulheres e alargaram-se às denúncias de actuação da Guarda Revolucionária iraniana, unidade de elite do regime do ayatollah Ali Khamenei. O uso da força pelas autoridades provocou a morte de, pelo menos, 342 pessoas, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, com sede em Oslo. Mais de 15 mil pessoas foram detidas nas manifestações, das quais pelo menos duas mil acusadas de vários delitos pela participação nos protestos. Seis dos acusados foram condenados à morte.

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