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Irão

Irão: Autoridades reconheceram morte de 300 pessoas em manifestações

As autoridades iranianas reconheceram a morte de 300 pessoas nas manifestações dos últimos meses. Os protestos nas ruas duram há dois meses e já foram registadas mais de 300 mortes, incluindo mais de 40 crianças. Esta é a maior demonstração de descontentamento com as autoridades iranianas desde a revolução de 1979.

Retratos de vítimas da repressão iraniana, numa manifestação em Genebra durante uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. 24 de Novembro de 2022.
Retratos de vítimas da repressão iraniana, numa manifestação em Genebra durante uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. 24 de Novembro de 2022. AFP - VALENTIN FLAURAUD
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Mais de 300 pessoas morreram desde o início do movimento de protesto levantado pela morte de uma jovem curda, acusado de ter violado o código de vestimenta para as mulheres.

A morte durante a detenção no dia 16 de Setembro de Mahsa Amini, uma rapariga curda iraniana, de 22 anos, provocou uma onda de manifestações no Teerão e em várias províncias do país. Os protestos têm sido reprimidos com violência pelas forças de segurança.

"Não tenho as estatísticas mais recentes, mas acho que tivemos talvez mais de 300 mártires e pessoas mortas como resultado deste incidente", anunciou o general Amirali Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial dos Guardas Revolucionários, o exército ideológico do Irão.

Nas manifestações pela morte de Mahsa Amini, milhares de iranianos e quase 40 estrangeiros foram detidos, e mais de 2.000 pessoas indiciadas, apontam as autoridades judiciais.Entre os réus, seis foram condenados à morte em primeira instância e o seu destino agora depende do Supremo Tribunal, que se deve pronunciar sobre os recursos de apelação.

Desde a revolução islâmica de 1979, todas as mulheres são obrigadas, por lei, a cobrir os seus cabelos em público com um véu e a usar roupas consideradas discretas. A polícia da moralidade patrulha as ruas para verificar o cumprimento das leis. Nas últimas duas décadas, muitas mulheres não cobrem os cabelos em Teerão e outras grandes cidades iranianas.

A morte de Mahsa Amini provocou uma grande indignação entre a população. Os efeitos estão a ser sentidos, nomeadamente, no Mundial do Qatar, onde os jogadores da selecção iraniana não cantaram o hino nacional no primeiro encontro, da semana passada, contra a Inglaterra, como forma de protesto.

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