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Portugal / Direitos Humanos

Portugal: atriz transgénero desaparecida há três dias depois de ter recebido ameaças de morte

Em Portugal, a atriz transgénero Keyla Brasil está desaparecida há três dias. A artista tinha procurado refúgio numa floresta em Tábua, no distrito de Coimbra, depois de ter recebido ameaças de morte na sequência de um protesto no Teatro São Luiz em Lisboa. 

Cartaz durante protesto em Lisboa, no dia da visibilidade trans, que se assinala anualmente a 31 de março desde 2009 (imagem ilustrativa).
Cartaz durante protesto em Lisboa, no dia da visibilidade trans, que se assinala anualmente a 31 de março desde 2009 (imagem ilustrativa). AP - Armando Franca
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Uma semana antes de desaparecer, no dia 19 de janeiro, Keyla Brasil, artista, activista e profissional do sexo, interrompeu a peça Tudo Sobre a Minha Mãe, subindo ao palco do Teatro São Luiz em Lisboa para protestar contra o facto das personagens transgénero não serem representadas por actores transgénero.

O protesto foi aplaudido pelo público e no dia seguinte, o teatro São Luiz anunciou que Lola seria agora interpretada pela actriz trans Maria João Vaz.

Oiça passagens da intervenção de Keyla Brasil durante o seu protesto : 

01:11

Protesto de Kayla Brasil no Teatro São Luiz

Os atores, ainda em palco, afirmaram compreender a "luta" e a mensagem de Keyla Brasil e lamentaram a impossibilidade de continuar a representação, esperando que o público percebesse o que se estava a passar.

A informação do seu desaparecimento foi avançada pela Casa T, centro de acolhimento para pessoas trans imigrantes, em Lisboa, onde Keyla tem vivido no último ano e com quem a artista comunicava diariamente desde que se tinha refugiado em Tábua, no distrito de Coimbra. Segundo os responsáveis pela Casa T, Keyla Brasil enviou “três pedidos de socorro a três pessoas diferentes da comunidade transvestigênere” às 15h14 de sexta-feira, antes de ficar incontactável.

Nas redes sociais, a Casa T deixou a seguinte mensagem: 

A Casa T apoiou, apoia, e continuará a apoiar a KEYLA BRASIL em sua trajetória como artista, professora, profissional do sexo e ativista. Subscrevemos a sua ação frente ao ato político contra o transfake, apesar de não termos participado na organização do mesmo. Keyla é acolhida pela casa T há cerca de um ano e faremos todos os esforços necessários para que ela volte a estar em segurança. Precisamos que a Keyla esteja segura.

A atriz terá saído de Lisboa precisamente devido às ameaças que estava a receber e terá sido por isso que não participou no protesto junto ao Teatro São Luiz, organizado no dia seguinte à sua intervenção.

A PSP (Polícia de Segurança Pública) afirmou ter tomado "medidas urgentes" sem todavia esclarecer quais são. 

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