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Sismos/Turquia e Síria

Um mês após os sismos: Ajuda tarda em chegar aos habitantes sírios

Idleb – Há exatamente um mês, a Turquia e a Síria foram abaladas por sismos que deixaram mais de 50 mil mortos. Milhões de pessoas perderam as suas casas e, muitas, ficaram sem nada. 

Socorristas à procura de sobreviventes na cidade de Jindayris, na Síria. 10 de Fevereiro de 2023.
Socorristas à procura de sobreviventes na cidade de Jindayris, na Síria. 10 de Fevereiro de 2023. AFP - RAMI AL SAYED
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A província de Idleb, no noroeste da Síria, que é controlada pelos rebeldes, foi uma das mais devastadas pela catástrofe e a ajuda humanitária às vítimas demora em chegar.

Omar Kharoufi, um dos residentes, perdeu tudo, incluindo 13 membros da sua família e vive agora num acampamento. Em entrevista à jornalista da RFI, Eliott Brachet, falou sobre a pouca ajuda que tem chegado até ele e à família.

"Temos recebido muito apoio. Vimo-lo nos nossos telefones e no Facebook. A ajuda chegou, mas nós vivemos numa aldeia. Sim, as organizações vieram até aqui. Muitas delas. E tiraram muitas fotografias, falaram com as pessoas. Mas será que nos deram alguma coisa? Nós não vimos nada. A ajuda chegou à Síria, a ajuda chegou até Idleb. Havia muita ajuda, mas querem saber o que é que eu recebi? Recebi um quilo de bulgur, um quilo de lentilhas, um litro de óleo, três latas de sardinhas e duas latas de atum. Foi tudo o que recebi de toda a ajuda que veio para a Síria”, salientou, em entrevista.

Milhões de pessoas continuam em abrigos temporários na Turquia

Na Turquia, país onde foi registado, oficialmente, o maior número de vítimas mortais, mais de 1,5 milhões de habitantes continuam em abrigos temporário, com condições muito precárias.

Para além disso, mais de três milhões de pessoas fugiram da região e refugiaram-se noutros locais do país. 

Nesip Yavuz vive na cidade turca de Sultanbeyli e já ajudou cerca de vinte famílias. Em entrevista à jornalista da RFI, Céline Pierre-Magnani, explicou a forma como se tem processado essa ajuda.

"Mobilizei-me para encontrar alojamento disponível aqui em Sultanbeyli e nos arredores para ajudar as famílias que sobreviveram ao terramoto. Encontro senhorios que estão dispostos a emprestar os seus apartamentos ou a alugá-los a preços muito baixos. Dependendo dos apartamentos, coloco-os em contacto com as famílias necessitadas", começou por referir, salientando que depois tenta "levar-lhes tudo o que precisam para que se possam instalar".

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, já se comprometeu a reconstruir 200 mil casas nos próximos meses.

Amnistia Internacional denuncia bloqueio por parte do governo sírio

A Amnistia Internacional pronunciou-se, esta segunda-feira, em comunicado, sobre o bloqueio da ajuda humanitária, levado a cabo pelo executivo sírio.

Esta organização refere que, entre os dias 9 e 22 de Fevereiro, "o governo sírio bloqueou pelo menos 100 camiões que transportavam bens essenciais, tais como como alimentos, material médico e tendas", impedindo-os "de entrar nos bairros de maioria curda da cidade de Alepo".

"Durante o mesmo período, grupos armados de oposição apoiados pela Turquia, que fazem parte da coligação armada Exército Nacional Sírio, bloquearam também a entrada de pelo menos 30 camiões de ajuda em Afrin, uma cidade do norte de Alepo, ocupada pela Turquia", salientou ainda a Amnistia.

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