Vânia Duarte: «É a primeira vez que Portugal está num Mundial feminino, todas queremos ir»
A Selecção Portuguesa de futebol feminino defronta o País de Gales, em Guimarães, nesta terça-feira 11 de Abril, num jogo de preparação para o Campeonato do Mundo que vai decorrer na Austrália e na Nova Zelândia de 20 de Julho a 20 de Agosto.
Publicado a:
Ouvir - 02:59
Portugal apurou-se pela primeira vez para o Mundial feminino e integra o Grupo E com Estados Unidos, Vietname e Países Baixos.
Nesta terça-feira, 11 de Abril, as portuguesas defrontam as galesas, o País de Gales que não alcançou o apuramento para o Mundial e que se encontra no 31° lugar no ranking.
Na passada sexta-feira, 7 de Abril, no Estádio D. Afonso Henriques em Guimarães, a Selecção Portuguesa, 21ª no ranking mundial, mediu forças com a do Japão, 11ª nação na classificação mundial, que já se sagrou campeã do mundo em 2011 e foi vice-campeã em 2015.
A Selecção Portuguesa acabou por perder por 1-2 frente à congénere japonesa. O único tento português foi da autoria de Ana Capeta, aos 25 minutos, enquanto os golos japoneses foram apontados por Yui Hasegawa, aos 36 minutos, e por Mina Tanaka, aos 53 minutos.
De notar que Portugal e Brasil são as únicas duas selecções lusófonas presentes no Campeonato do Mundo de futebol feminino que vai decorrer na Austrália e na Nova Zelândia.
Vânia Duarte, objectivo Mundial
A RFI teve a oportunidade de ir à descoberta de Vânia Duarte, defesa de 22 anos do Famalicão, internacional pela selecção portuguesa de sub-23. Vânia Duarte, atleta luso-suíça do Famalicão, já representou as suíças do Zurique antes de chegar a Portugal durante a temporada 2021/2022.
A RFI esteve presente num jogo da primeira divisão portuguesa de futebol feminino, antes da paragem para as selecções, em que o Famalicão venceu por 4-1 o Lank Vilaverdense num jogo a contar para a 17ª jornada da Liga BPI.
A equipa famalicense ocupa o quinto lugar na tabela classificativa com 31 pontos, a um do Damaiense. Na frente está o Benfica, líder com 48 pontos, mais nove do que o Sporting de Braga e o Sporting Clube de Portugal, isto quando faltam cinco jornadas para o fim da liga portuguesa.
No fim do encontro entre as famalicenses e o Lank Vilaverdense, Vânia Duarte, defesa lusa do Famalicão, abordou esse triunfo que coloca a equipa no 5° lugar no campeonato, mas sobretudo admitiu que o sonho é representar a selecção principal e poder estar num Mundial… e porque não já neste Verão.
RFI: Como podemos analisar o triunfo por 4-1 frente ao Lank Vilaverdense?
Vânia Duarte: Acho que foi uma boa vitória. Estivemos muito melhor do que o adversário e foi uma resposta bem dada ao fim de semana anterior. Trabalhámos bem durante a semana e esta vitória foi só uma confirmação do trabalho que temos vindo a fazer.
RFI: O Famalicão pode entrar na luta pelos quatro primeiros lugares?
Vânia Duarte: Sim. Notou-se que não é só na táctica ou na técnica que se ganham os jogos, é também na raça e na ambição que mostrámos dentro do campo. O Famalicão é um candidato para lutar pelos primeiros quatro lugares.
RFI: Faltam cinco jornadas para o fim do campeonato, qual é o objectivo?
Vânia Duarte: O objectivo é ficar nos quatro primeiros lugares, competir com as três grandes equipas de Portugal, como se diz, e um outro objectivo é a final da Taça. Chegar à final da Taça de Portugal.
RFI: Como tem sido esta temporada?
Vânia Duarte: Boa. Eu tenho vindo a evoluir muito. Agora consigo mostrar mais e ajudar mais a equipa dentro de campo. No início foi um bocadinho difícil devido a uma pausa que eu tive. Mas está a correr tudo bem. Tento ajudar a equipa, seja dentro ou fora de campo.
RFI: Como tem sido a experiência no Famalicão?
Vânia Duarte: Muito boa. No início foi muito difícil, no primeiro ano, habituar-me a Portugal, deixar a família longe. Mas agora estou habituada a estar aqui em Portugal, mesmo sozinha. E o Famalicão recebeu-me muito bem.
RFI: Quais foram as principais dificuldades?
Vânia Duarte: Morar sozinha (risos). Acho que foi mesmo isso. Vir para Portugal, estar sozinha e ter responsabilidades. Não ter a mãe e o pai que fazem tudo por um filho. Mas cresci como mulher nesse sentido. Aproveitei nesse sentido. O futebol foi sempre o que eu quis. Vir jogar para Portugal foi um dos objectivos que eu consegui alcançar até agora.
RFI: Como surgiu a paixão pelo futebol?
Vânia Duarte: Com o meu irmão. Eu sempre gostei mais de bola do que de bonecas (risos). Eu ia sempre jogar com o meu irmão e foi daí que surgiu esta paixão desde os meus cinco anos. Nunca mais larguei até agora. E, se Deus quiser, até poder.
RFI: Está na selecção portuguesa sub-23, como é representar Portugal?
Vânia Duarte: Eu tento trabalhar bem aqui no clube para ser convocada para a Selecção. E quando estou lá, tento dar o meu máximo, porque as sub-23 é o caminho para chegar à selecção A. Tenho que mostrar a minha qualidade e o meu talento para conseguir chegar à selecção A. É uma ajuda para chegar ao topo estar nas sub-23.
RFI: O Mundial na Nova Zelândia com a Selecção principal pode ser um objectivo?
Vânia Duarte: Claro que sim, mas tenho de trabalhar mais. Para qualquer portuguesa é um objectivo claramente. É a primeira vez que Portugal está num Mundial, todas queremos ir. Temos de continuar a trabalhar dia a dia. Não é já ir das sub-19 para a Selecção A, é passos pequenos como eu gosto de dizer. Para mim é estar nas sub-23 e tentar dar o salto para a principal.
RFI: Portugal apurou-se para o Mundial, qual foi a sensação?
Vânia Duarte: Eu acreditava. Eu já tinha ido ver outros jogos, e com a equipa que temos, eu acreditava que iam alcançar o apuramento. E elas conseguiram. Acho que foi muito o querer delas, elas acreditaram e conseguiram.
Vânia Duarte, defesa do Famalicão 07-04-2023
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro