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Literatura

Festival Lisboa 5L: ligações entre o centro urbano e as periferias

O Festival Internacional Literatura e Língua Portuguesa decorre até domingo, 7 de Maio, sob o tema "Centro e Fugas". Esta edição celebra a multiculturalidade e as ligações entre o centro urbano e as periferias da cidade de Lisboa. O festival decorre nas Bibliotecas Municipais de Lisboa e em vários espaços culturais da capital portuguesa.

"O que significa intensidade", mesa de autor de Taiye Selasi e com a apresentação de Alexandra Prado Coelho no festival Lisboa 5L.
"O que significa intensidade", mesa de autor de Taiye Selasi e com a apresentação de Alexandra Prado Coelho no festival Lisboa 5L. © https://www.facebook.com/LisboacincoL
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'Construção da cidade na perspectiva pós-colonial' é o tema da mesa de debate agendada para esta sexta-feira, 5 de Maio, na biblioteca Palácio Galveias, Sala José Saramago. O debate é moderado pela realizadora e jornalista Ana Naomi de Sousa e conta com a presença da escritora, tradutora, jornalista e produtora cultural, Carla Fernandes, e do tradutor e mestre em estudos internacionais, Flávio Almada.

"O debate parte da actual paisagem da área metropolitana de Lisboa, que se caracteriza por um contraste vincado entre as edificações, populações e quotidianos do centro e dos subúrbios da cidade", questionando se existe "uma forma de replicar e banalizar as discriminações coloniais que se observavam nas cidades das antigas colónias portuguesas?", apresenta o festival.

"A edição deste festival, Centro e Fugas, faz a analogia entre o centro e a periferia, na medida em que há um certo português formal, formalista, que domina o centro da cidade e as instituições que tomam decisões e a periferia, cinco vezes maior do que o centro, o que acontece na área metropolitana de Lisboa. Existe uma diversidade de formas de estar, de linguagem e de pôr o corpo muito diferentes do centro institucional, que toma as decisões", descreve o curador.

António Brito Guterres propõe-nos uma reflexão de "como é que uma cidade como Lisboa, numa época de pós-colonização, uma cidade democrática, acaba por ter uma forma de assentamento das pessoas um pouco colonial. Por consequência das guerras, Lisboa foi um espaço de migração de pessoas que vieram, também, de África e criou uma espécie de periferia e espaços segregados de pessoas negras. Fazemos esta analogia que parte da língua e de como isto ocorre num momento não colonial", conta um dos curadores do festival.

Esta é a quarta edição do festival Lisboa 5L, que pretende “explorar as ligações afectivas, culturais e sociais, que habitam os diferentes territórios” da cidade e que “a transformam nas muitas Lisboas que Lisboa é”, segundo a autarquia de Lisboa.

Até domingo decorre um ciclo literário “Sete Centenários”, dedicado a Eduardo Lourenço, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria, Millôr Fernandes, Natália Correia e Urbano Tavares Rodrigues, com a participação de Rui Zink, Nuno Costa Santos, Dulce Maria Cardoso, Fernando Pinto do Amaral, Filipa Martins, Helena Roseta, Gonçalo M. Tavares, Lídia Jorge e ainda José Manuel dos Santos.

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