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Síria

Depois de anos de isolamento internacional, a Síria é reintegrada na Liga Árabe

Reunidos hoje no Cairo, os chefes da diplomacia dos países membros da Liga Árabe, anunciaram a sua decisão de reintegrar a Síria nas suas estruturas, depois de 11 anos de isolamento motivados pela violenta repressão da revolta popular pelo regime de Bachar el-Assad que resvalou para longos anos de um conflito sangrento.

Reunião na sede da Liga Árabe no Cairo, neste domingo 7 de Maio de 2023.
Reunião na sede da Liga Árabe no Cairo, neste domingo 7 de Maio de 2023. REUTERS - AMR ABDALLAH DALSH
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"As delegações do governo da República Árabe da Síria vão tornar a ter assento na Liga Árabe", é o que indica o texto votado pelo conjunto dos ministros dos negócios estrangeiros dos países pertencentes à liga que estiveram reunidos hoje à porta fechada na capital do Egipto.

Isolado a nível internacional nestes últimos 11 anos, devido à violenta repressão da sublevação popular no seu país, que tinha levado os ocidentais a adoptar uma série de sanções económicas logo em 2011, antes de ser a vez de os países árabes também se desvincularem da Síria, Bachar el-Assad deixou agora de ser 'persona non grata'.

Certos observadores estimam que ele poderia até participar já na próxima cimeira anual dos Chefes de Estado da Liga Árabe em Jeddah, na Arábia Saudita, no dia 19 de Maio.

Um regresso à comunidade dos países árabes no qual entraram em linha de conta vários factores.

Esta decisão surge algumas semanas depois do terramoto que provocou a morte de milhares de pessoas na Turquia e na Síria. Essa tragédia marcou uma reaproximação entre Bachar el-Assad e os líderes árabes que prestaram apoio humanitário ao seu país.

A normalização progressiva das relações dos países árabes com a Síria, com a reabertura de representações diplomáticas, acentuou-se efectivamente desde o terramoto de Fevereiro.

Mas já antes disso, os Emirados Árabes Unidos que ambicionam ter um papel motor na região, reabriram a sua embaixada em Damasco em 2018. Um gesto ao qual Bachar el Assad respondeu efectuando naquele país em 2022, a sua primeira visita no exterior, desde o começo da guerra no seu país.

Entretanto, o Presidente sírio que ainda ontem anunciou juntamente com o seu homólogo iraniano um reforço dos seus elos económicos e diplomáticos, aposta também num possível contributo das ricas monarquias do Golfo Pérsico para a custosa reconstrução do seu país, após anos de guerra.

Uma perspectiva que pode ser facilitada pelo facto de o seu aliado iraniano ter retomado em Março o diálogo com o seu grande rival a nível regional, a Arábia Saudita, sob a égide da China.

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