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Futebol Feminino

Koral Hazan: «A Inglaterra é a minha favorita para o Mundial feminino, mas cuidado com Portugal e Argentina»

Estamos a pouco mais de uma semana do início do Campeonato do Mundo de futebol feminino organizado pela FIFA em dois países: a Austrália e a Nova Zelândia.

Koral Hazan (centro), internacional israelita.
Koral Hazan (centro), internacional israelita. © Cortesia Koral Hazan
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Dois países lusófonos estão presentes: Portugal e Brasil. As portuguesas integram o Grupo E juntamente com os Estados Unidos, os Países Baixos e o Vietname, isto enquanto as brasileiras defrontam a França, o Panamá e a Jamaica no Grupo F.

A preparação das duas selecções lusófonas prossegue com jogos amigáveis. A Selecção Portuguesa, que empatou sem golos frente à Inglaterra, venceu por duas vezes a Ucrânia, uma primeira vez, à porta aberta, no Estádio do Bessa por 2-0, em território luso, e uma segunda vez, à porta fechada, por 6-0 em jogo-treino.

No que diz respeito à Selecção Brasileira, esta já se encontra em território australiano, no entanto antes de ir para a Austrália, as brasileiras venceram o Chile por 4-0 num jogo amigável que decorreu em Brasília, a capital.

O Brasil tem estreia marcada para dia 24 de Julho perante o Panamá em Adelaide, na Austrália, enquanto o jogo de estreia no Mundial para Portugal será a 23 de Julho frente aos Países Baixos em Dunedin em território neo-zelandês.

Todas as nações procuram o título mundial, o qual apenas foi alcançado por quatro países diferentes em oito edições: os Estados Unidos venceram quatro vezes - 1991, 1999, 2015 e 2019 -, a Alemanha duas vezes - 2003 e 2007 -, enquanto o Japão em 2011 e a Noruega em 1995 arrecadaram apenas uma vez o troféu.

Vários países podem ser considerados como favoritos, entre eles os que já venceram, mas igualmente os Países Baixos, campeões europeus em 2018, a Inglaterra, campeã da Europa em 2022, a França ou ainda o Brasil.

 

Koral Hazan (direita), internacional israelita.
Koral Hazan (direita), internacional israelita. © Cortesia Koral Hazan

 

A RFI falou com a avançada Koral Hazan, que representou o Bnot Caesarea Tiv´on, o Maccabi Kishronot Hadera, o Girls Soccer Academy, o Hapoel Raanana, o Ironi Ramat HaSharon, e o Maccabi Emek Hefer em território israelita, e está agora no ZNK Split na Croácia.

Em entrevista exclusiva à RFI, Koral Hazan, internacional israelita de 24 anos, partilhou connosco a sua visão sobre o futebol feminino europeu, mundial e israelita.

A atleta israelita, com origens portuguesas, realçou que a prova vai ser de alto nível, e também apontou uma favorita ao triunfo, a Inglaterra, isto apesar de acreditar que Portugal pode fazer um brilharete e que… a Argentina também deseja repetir o triunfo da Selecção masculina.

RFI: O Mundial está à porta, está ansiosa?

Koral Hazan: Estou entusiasmada com este Mundial. Há excelentes equipas e o nível do futebol vai ser altíssimo. Não posso esperar.

RFI: Quais são as selecções favoritas para o título mundial?

Koral Hazan: Vai haver muita competitividade, mas a minha favorita é a Inglaterra que venceu o Europeu no ano passado e derrotou os Estados Unidos no passado mês de Setembro.

RFI: Pode haver surpresas?

Koral Hazan: Eu acho que, com o triunfo da equipa masculina no Mundial, a Argentina vai ter uma motivação extra para tentar repetir esse sucesso nas femininas. Acho que é a minha ovelha negra para este Mundial.

RFI: Qual é a sua opinião no que diz respeito à Selecção Portuguesa?

Koral Hazan: Portugal é uma equipa com jovens e excelentes jogadores. Eu defrontei Portugal na fase de apuramento para o Europeu e elas praticam um futebol incrível, e têm uma equipa muito forte. Eu acredito que podem ir longe no torneio.

RFI: Tem origens portuguesas?

Koral Hazan: Sim eu tenho a cidadania portuguesa. A minha avó nasceu em Portugal então consegui ter a cidadania graças às origens familiares.

RFI: Quando e como surgiu a sua paixão pelo futebol?

Koral Hazan: Eu comecei a praticar futebol com o meu pai quando tinha 4 anos. Ele enviava-me a bola com as mãos e eu sempre agarrava na bola, colocava-a no chão, e chutava para ele. Eu sempre tinha uma bola consigo, 24/24, 7/7, e os meus pais aperceberam-se de que era uma verdadeira paixão, muito mais do que um simples ‘jogo’. Eles enviaram-me para o clube da minha cidade, e senti-me tão feliz logo no primeiro treino, e o resto é a minha história.

RFI: Jogou em Israel, agora está na Croácia, o que acha da sua ascensão?

Koral Hazan: Claro que comecei a minha carreira em Israel onde cresci. Sair de Israel para a Europa não foi fácil. O ritmo, o nível dos treinos e dos jogos, bem como a qualidade da liga são muito diferentes do que aquilo a que eu estava habituada em Israel e tive de ter um tempo para me adaptar a tudo isso. Estou feliz por ter saído. Isso permitiu o meu desenvolvimento enquanto jogadora e aprendi muito para, agora, saber para onde quero levar a minha carreira. A temporada passada acabou e, agora, quero olhar em frente com a minha próxima equipa. Eu quero continuar a progredir e ser ainda melhor como jogadora, então quero encontrar um lugar onde possa levar a cabo a minha ambição.

RFI: Que análise podemos fazer na época transacta a nível pessoal e coletivo?

Koral Hazan: Mentalmente a temporada passada não foi fácil para mim. Eu lesionei-me cedo na temporada e perdi muito tempo na recuperação. Agora espero recuperar a minha forma física o mais rapidamente possível.

RFI: No que diz respeito à Selecção Israelita, qual é o nível e em que aspectos pode progredir no futuro?

Koral Hazan: Israel tem uma equipa talentosa. Temos jogadoras excelentes tecnicamente e muito inteligentes. Estou muito feliz por ver colegas de equipa sair para a faculdade nos Estados Unidos ou para ligas europeias. Isso vai ajudar-nos para um desenvolvimento correcto e rápido. O maior problema neste momento é o pequeno investimento que é dedicado ao futebol feminino em Israel. Não temos o suficiente para sermos melhores. Raramente temos jogos amigáveis ou temos uma equipa técnica adaptada às necessidades que temos para concretizar o nosso verdadeiro potencial. O potencial está presente, apenas necessitamos da ajuda da Federação para chegar ao próximo nível.

RFI: O que pensa da evolução do futebol feminino nestes últimos anos?

Koral Hazan: Acho que o futebol feminino está em alta nos últimos anos. Vemos isso um pouco por toda a Europa. Os estádios estão cheios, as jogadoras ganham dinheiro para poderem viver apenas jogando futebol e os meios de comunicação começam a ver que o futebol feminino merece ter destaque. Há sempre várias direcções para onde ir, mas acho que neste momento o nosso desporto está a ir na boa direcção e a avançar.

 

A Selecção Israelita de futebol feminino.
A Selecção Israelita de futebol feminino. © Cortesia Koral Hazan

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