Ana Borges: «Queremos limpar a imagem que demos frente aos Países Baixos»
Portugal está a 24 horas de defrontar o Vietname em Hamilton, na Nova Zelândia, num jogo a contar para a segunda jornada do Campeonato do Mundo de futebol feminino.
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Portugal quer seguir em frente neste Mundial Feminino que decorre na Nova Zelândia e na Austrália. As portuguesas, que perderam frente aos Países Baixos por 1-0, vão agora defrontar a equipa asiática do Vietname.
As vietnamitas também estão na mesma posição do que as atletas lusas, visto que perderam na primeira jornada por 3-0 frente aos Estados Unidos, a actual selecção campeã do mundo.
O Vietname conta nas suas fileiras com uma única jogadora a actuar na Europa, Huynh Nhu, avançada de 31 anos que joga... no Länk Vilaverdense em Portugal.
Antes deste jogo decisivo, a RFI recolheu as declarações de Ana Borges, defesa de 33 anos que actua no Sporting Clube de Portugal.
Ana Borges, defesa de Portugal que já representou a equipa portuguesa do Fundação Laura Santos, as espanholas do Prainsa Zaragoza e as inglesas do Chelsea, admitiu que a Selecção das Quinas saiu deste jogo com um sabor amargo.
RFI: Com que sabor se sai de um jogo assim em que se perde apenas pela margem mínima?
Ana Borges: Sai-se com um sabor amargo. Perdemos o jogo e não era isso que ambicionávamos. Agora está que, como o «Mister» disse, não era por ganharmos ou perdermos que estávamos tanto dentro como fora do Mundial. Temos de ter a ambição de querer ganhar os dois próximos jogos. Agora claro está, sabemos que vai ser difícil. Mas se mostrarmos o futebol que mostrámos durante a segunda parte frente aos Países Baixos, acho que temos muitas possibilidades. Para querermos estar nestes palcos temos de entrar como entrámos na segunda parte. Se dermos uma parte de avanço, e outra vez uma bola parada, acontece o que aconteceu hoje. Já não vale estar a pensar no que aconteceu no jogo, queremos voltar a esta imagem, queremos jogar o futebol que demonstrámos na segunda parte. Mas quem viu o jogo, viu claramente que na segunda parte, os Países Baixos quiseram perder tempo, uma vice-campeã do Mundo e nós conseguimos fazer isso. É um outro tipo de orgulho. Mas o que interesse são os três pontos, e nesse aspecto foram elas que os levaram.
RFI: Há um ano atrás, os Países Baixos venceram por 3-2 no Europeu, agora foi por 1-0 no Mundial, sente que a diferença está a se reduzir?
Ana Borges: Sinto que está a reduzir cada vez mais. Mas não interessa que sejam três ou dois golos, pouco importa, porque não conseguimos alcançar o resultado que desejaríamos. Agora não vale a pena pensar mais neste jogo, temos de pensar nos próximos.
RFI: Qual foi a sensação quando ouviu o hino?
Ana Borges: Ainda é um arrepio. É um orgulho muito grande, é como se fosse a primeira vez que estivéssemos a jogar pelo nosso país. Não só representa o nosso país, mas todas as jogadoras portuguesas, que infelizmente não podem estar, ou aquelas que nos abriram estas portas. Isto é tudo nosso, é delas, e é dos portugueses. Queremos elevar o nome de Portugal e frente aos Países Baixos não o conseguimos fazer.
RFI: Havia muito público nas bancadas, e até um grupo de adeptos portugueses, conseguiram ouvi-los?
Ana Borges: Sem dúvida alguma. Aliás, até fomos lá buscar forças. Foram incensados do início até ao fim e realmente é uma pena não lhe poder dar esta alegria frente aos Países Baixos.
RFI: Agora é o Vietname?
Ana Borges: O Vietname e os Estados Unidos, são seis pontos que queremos conquistar. Primeiro o Vietname, queremos crescer no jogo, limpar a imagem que demos frente aos Países Baixos, jogar o que jogamos na segunda parte frente às neerlandesas, e sair de lá com os três pontos.
Ana Borges, defesa de Portugal 24-07-2023
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