Paquistão: pelo menos 44 mortos morreram em atentado num comício
O ataque, levado a cabo durante um comício de um partido islamista radical, deixou mais de 100 pessoas feridas pelo que o número de mortos ainda pode vir a subir.
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Pelo menos 44 pessoas morreram e mais de 130 ficaram feridas após uma explosão de um homem-bomba suicida que atingiu um comício político na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, este domingo.
O ataque ocorreu durante um comício do partido islamista radical Jamiat Ulema-e-Islami-Fazal (JUI-F), em que participavam 400 pessoas. O chefe local do partido Maulana Ziaullah está entra as vítimas mortais. "Na altura em que esperavamos os principais dirigentes, sentiu-se uma grande explosão", testemunha o jovem Sabeeh Ullah, de 24 anos, que estava presente e que ficou com um dos braços fraturados depois da explosão.
O país asiático vai ter eleições em breve, durante o outuno, e os partidos preparam-se para começar a campanha eleitoral. Imtiaz Gul, especialista em questões de segurança, explica que o ataque "inscreve-se na violência terrorista que parece crescer no Paquistão com o aproximar das eleições no sentido de criar um clima de instabilidade que poderá levar a um adiamento das eleições".
Este atentado coincide com a visita do vice primeiro-ministro chinês ao país. He Lifeng chegou no domingo ao final do dia à capital paquistanesa com o intuito de assinlar o 10° aniversário do corredor económico entre os dois países. O Paquistão é essencial para levar em frente o projeto chinês "Nova rota da Seda", que pretende fazer inter-ligações continentais marítimas e ferroviárias, o que permitiria ter uma rede comercial centrada na China.
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, veio condenar o ataque na rede social X (ex-Twitter) e apresentou a condolência às vítimas, garantindo que os responsáveis serão punidos.
Nas últimas horas, o ataque ainda não foi reivindicado, mas uma secção local da organização jihadista do auto-denominado Estados Islâmico já levou a cabo, no passado, ataques contra o partido islamista JUI-F. O grupo jihadista acusa tradicionalmente o partido de hipocrisia por ter apoiado os governos sucessivos, assim como o exército.
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