Itália: mais de 7000 migrantes chegaram à ilha de Lampedusa em menos de 48 horas
A ilha italiana de Lampedusa no Mediterrâneo assistiu à chegada de mais de 7 000 migrantes em menos de 48 horas, um recorde num espaço de tempo tão curto. As autoridades dizem que as infraestructuras estão totalmente saturadas e pedem ajuda ao Estado italiano e à União Europeia.
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A pequena ilha de Lampedusa decretou o estado de alerta. Nos últimos dias chegaram mais de 7 000 migrantes, provenientes principalmente da Líbia e da Tunísia, em desembarques sucessivos.
A ilha conta apenas com um centro de acolhimento com capacidade para 400 pessoas. Face à situação, o governador civil Filippo Mannino pediu um apoio urgente a Roma e à União Europeia para que lancem "operações de apoio e de evacuação rápida".
Em Lampedusa, um dos principais pontos de chegada europeu para os migrantes vindos de África, a situação é descrita pelas autoridades à imprensa italiana como "caótica" e "apocalíptica".
A tensão entre os exilados e a polícia é grande e o centro de registo dos recém-chegados trabalha muito além da sua capacidade.
Milhares de migrantes foram atendidos pela Cruz Vermelha, enquanto esperam uma transferência para o continente.
Em França, país vizinho, o ministro do Interior Gérald Darmanin anunciou um reforço da presença policial na fronteira franco-italiana para lutar contra a imigração ilegal.
O presidente admite contactos com a Itália para tentar fazer face ao afluxo recorde de migrantes à ilha italiana de Lampedusa onde, no espaço de 48 horas, chegaram cerca de 7 000 migrantes.
Emmanuel Macron alega que a solidariedade europeia tem que actuar, mas que as abordagens nacionalistas neste âmbito não funcionam.
Emmanuel Macron, presidente francês, 15/9/2023
Esta situação revela que estas migrações dizem respeito a todos os europeus.
Em seguida, neste contexto, temos de ter uma abordagem humanitária.
Há homens e mulheres que, arriscando a vida, atravessam o Mediterrâneo e chegam a território europeu.
A nossa responsabilidade, enquanto europeus e com as associações, é tratar deles.
Há aqui crianças e pessoas muito frágeis.
Queremos prevenir estas migrações, mas temos, antes de mais, de tomar conta deles.
Em seguida temos um dever de solidariedade europeia.
Penso que o dever de todos os europeus é de não deixar a Itália sozinha, face ao que está a acontecer agora.
Quero dizê-lo, sinceramente, aos nossos amigos italianos, que é da responsabilidade de toda a União Europeia estar ao lado da Itália.
Mas isto mostra, se é que me posso permitir fazer este comentário, que as abordagens estritamente nacionalistas mostram os seus limites. E quando falamos destes assuntos ficamos todos felizes por contar com a solidariedade europeia.
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