Polónia: legislativas decisivas para futuro das relações com a UE e Ucrânia
Este domingo, cerca de 29 milhões de polacos são chamados às urnas para escolher o destino político do país. Os polacos vão decidir nestas legislativas o futuro das relações do país com a União Europeia e também a continuidade da ajuda à Ucrânia. Os eleitores vão eleger 460 deputados e 100 senadores para as duas câmaras que compõe o Parlamento para os próximos quatro anos. Os primeiros resultados deverão ser anunciados ao início da noite deste domingo.
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A Polónia vai este domingo a votos, num escrutínio considerado crucial para o futuro das relações do país com a Ucrânia e também com a União Europeia, após uma campanha muito intensa e repleta de trocas de acusações entre os partidos.
Nestas eleições, a principal disputa é entre o partido conservador populista Lei e Justiça (Psi), actualmente no poder, e liderado pelo vice-primeiro ministro do país, Jaroslaw Kaczunski, e a alternativa centrista pro-europeia "Plataforma Cívica", que tem como líder Donald Tusk, antigo chefe do governo polaco e ex-Presidente do Conselho Europeu.
O partido Lei e Justiça, no poder desde 2015, tem vindo a semear a discórdia no seio do bloco comunitário, devido à adopção de várias medidas anti-democráticas, como é o caso da política anti-migração. Este partido, à frente do país há oito anos, restringiu o direito ao aborto, construiu mesmo um muro na fronteira com a Bielorrússia para travar a migração irregular e tem levado a cabo controversas reformas do sistema judicial. Por desrespeito ao Estado de direito, acabou por ver suspenso temporariamente o financiamento proveniente da União Europeia.
Para já, as sondagens apontam para uma vitória dos conservadores, mas é expectável que percam a maioria. Se esse cenário se confirmar, uma das possibilidades para formar governo será uma eventual aliança à extrema-direita, nomeadamente, ao partido a "Confederação Liberdade e Independência", que quer restringir o apoio à Ucrânia e tem demonstrado uma atitude ultranacionalista e anti-União Europeia.
Estas eleições são, portanto, fulcrais para o futuro do país e das suas relações ao nível internacional e estão a ser seguidas com muita atenção por Kiev e também pelos aliados, poucas semanas depois da Eslováquia ter eleito um governo que está contra a ajuda à Ucrânia.
Recorde-se que a Polónia tem sido, neste período de guerra na Europa, um dos principais países a facultar ajuda à Ucrânia e já acolheu inclusivamente um milhão de refugiados.
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