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Israel/Faixa de Gaza

Noite de intensos bombardeamentos no Norte da Faixa de Gaza

Bombardeamentos de grande intensidade ocorreram durante toda a noite na Faixa de Gaza. Após cortar as comunicações de Internet e telefone, o exército israelita realizou incursões terrestres na área palestiniana.

Explosões causadas por ataques aéreos israelitas no norte da Faixa de Gaza, sexta-feira, 27 de outubro de 2023. (AP Photo/Abed Khaled)
Explosões causadas por ataques aéreos israelitas no norte da Faixa de Gaza, sexta-feira, 27 de outubro de 2023. (AP Photo/Abed Khaled) AP - Abed Khaled
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Noite de bombardeamentos no Norte da Faixa de Gaza. O exército israelita afirma ter intensificado os seus ataques, atingido 150 infraestruturas subterrâneas supostamente usadas pelos combatentes do Hamas. O Tsahal afirma também que uma incursão terrestre foi realizada nas cidades de Beit Hanoun e al-Boureij.

O Hamas indica ter resistido aos ataques terrestres e diz estar "pronto" para enfrentar a operação anunciada há vários dias pelo exército israelita. Uma situação que preocupa as famílias dos reféns retidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro. As famílias anunciaram "exigir" um encontro com o Ministro da Defesa, Yoav Gallant, e os membros do gabinete de guerra.

Segundo o governo israelita, 229 reféns ainda estão retidos pelo Hamas. Antes do início destes ataques, Israel cortou a rede de internet e telecomunicações, isolando assim a Faixa de Gaza do mundo. O Crescente Vermelho Palestiniano e várias agências da ONU perderam os contactos com as suas equipas. A organização Human Rights Watch alertou que este corte poderia "encobrir atrocidades em massa".

À medida que Israel intensifica os seus ataques na Faixa de Gaza, o Estado hebraico reitera os seus avisos à população. Tsahal está a difundir mensagens pela internet e através de panfletos, indicando: "Gaza é um campo de batalha, os abrigos no norte da faixa já não são seguros. Evacuem imediatamente e desloquem-se para Sul."

O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou neste sábado que a guerra contra o movimento palestiniano Hamas "entrou numa nova fase". Paralelamente aos bombardeamentos, ocorreram incursões terrestres por parte de Tsahal. "Entrámos numa nova fase na guerra. Ontem, a terra em Gaza tremeu", declarou Yoav Gallant num vídeo publicado pelos seus serviços. 

António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, declarou que "sem uma mudança fundamental, a população de Gaza enfrentará uma situação sem precedentes de sofrimento humano". Estas declarações vieram após as Nações Unidas terem pedido, por ampla maioria, "uma trégua humanitária imediata".

A entrada de ajuda humanitária é tida como totalmente insuficiente pela ONU. 98% dos produtos alimentares habitualmente entregues no enclave palestiniano estão actualmente bloqueados. A organização não-governamental Oxfam alerta e denuncia que neste contexto de bloqueio (quase) total, a fome é usada como uma "arma de guerra". De acordo com a ONU, 45% das habitações na Faixa de Gaza foram “danificadas ou destruídas.”

Em entrevista à RFI, o responsável pelas campanhas de ajuda da Oxfam, Louis-Nicolas Jandeaux, alerta para o facto de o número de pessoas que necessitaram de ajuda alimentar com urgência, aumentou para 2,2 milhões desde o início do cerco a Gaza.

Actualmente, apenas 2% das quantidades habituais de ajuda alimentar entraram em Gaza desde o início da guerra. Quando olhamos para o direito humanitário internacional, é rigorosamente proíbido usar a fome como instrumento de guerra, isto está escrito no direito humanitário internacional. Sabemos que há inúmeras padarias e supermercados que foram impactados pelos bombardeamentos, armazéns destruídos e é por essa razão que hoje constatamos que a fome está a ser utilizada como uma arma de guerra. Actualmente, grosso modo, cerca de 60 camiões puderam entrar em Gaza desde o fim de semana passado.Esta situação é ainda mais dramática pelo facto de que, antes deste conflito, mais de 80% da população em Gaza já sobrevivia graças à ajuda humanitária. Hoje, as ações humanitárias não podem ser realizadas.

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