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União Europeia / Rússia

Ucrânia no centro daquela que é a última cimeira Europeia de António Costa

Encerra hoje em Bruxelas a cimeira encetada ontem pelo Conselho Europeu sobre a ajuda à Ucrânia e a nova estratégia dos 27 em matéria de Defesa. Uma cimeira em contexto de viragem progressiva para a União Europeia e que é também a última para António Costa, prestes a deixar o cargo de Primeiro-Ministro de Portugal a favor do seu sucessor recentemente indigitado, Luís Montenegro, também ele presente na capital belga.

António Costa, Primeiro-Ministro cessante de Portugal, em Bruxelas, no dia 21 de Março de 2024.
António Costa, Primeiro-Ministro cessante de Portugal, em Bruxelas, no dia 21 de Março de 2024. © Reuters
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Comentando ontem o contexto daquela que é a sua derradeira cimeira Europeia na qualidade de chefe do governo português, António Costa considerou que o Presidente russo, Vladimir Putin, se enganou se apostava numa divisão dos 27 em relação ao apoio a Kiev.

“Acho que a maior derrota estratégica do Presidente Putin, até ao momento, foi seguramente a capacidade de resistência do povo ucraniano, a segunda maior foi estar convencido de que ia apanhar uma UE dividida e, pelo contrário, aquilo que resultou foi uma União Europeia que se mostrou bastante unida e capaz de reagir”, disse António Costa, à entrada da reunião do Conselho Europeu.

Na óptica do governante cessante, o apoio que os 27 têm prestado à Ucrânia demonstrou “sistematicamente capacidade de unidade e de resposta” da União Europeia.

“Essa é uma derrota grande de Putin, como também quando julgou que ia enfraquecer a NATO que está hoje mais forte, com dois novos Estados-membros, a Suécia e a Finlândia, que romperam uma tradição de neutralidade”, sublinhou ainda António Costa.

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António Costa, primeiro-ministro cessante de Portugal, em declarações recolhidas pela agência Lusa

Ainda nesta quinta-feira, os 27 chegaram a um consenso sobre a possibilidade de se utilizarem os juros dos fundos russos bloqueados na Europa em prol da aquisição de armas para a Ucrânia. De acordo com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, estes activos ascendem a cerca de 200 mil milhões de Euros, o que se traduz em 2,5 a 3 mil milhões de Euros de juros por ano. Valores que o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse pretender utilizar "muito rapidamente para apoiar a Ucrânia".

Entretanto, a Comissão Europeia propôs hoje que se apliquem taxas sobre determinadas exportações agrícolas russas e bielorrussas.

Em comunicado Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, preconizou que sejam aplicadas taxas aduaneiras de 95 Euros por tonelada de cereais "de modo a limitar os riscos crescentes aos quais fazem face os mercados e os agricultores" da União Europeia. Com esta proposta, a Comissão Europeia refere todavia que não pretende impedir o trânsito das exportações russas com destino a países terceiros.

Reagindo a estas propostas, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov considerou que "os consumidores europeus iriam sofrer". Relativamente à aprovação do projecto de se utilizarem os rendimentos russos bloqueados na Europa em proveito da Ucrânia, Peskov disse que "se estas medidas fossem postas em prática, elas teriam consequências muito sérias sobre quem as decidiu".

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