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Artes

Calane da Silva "deram-me a palavra para construir sonhos"

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Raúl Alves Calane da Silva, linguista, poeta, ensaísta, escritor e jornalista moçambicano, faleceu a 29 de janeiro de 2021 em Maputo com 76 anos de idade, devido a complicações ligadas à Covid-19, deixando-nos um vasto legado de obras literárias e teses académicas.O escritor Mia Couto, colega de Calane da Silva como jornalista no jornal Tribuna na era colonial e depois no diário Domingo e na revista Tempo, recorda-o sobretudo como "um amigo" e descreve-o como alguém de uma "generosidade única".

Raúl Calane da Silva, poeta, escritor, ensaísta e jornalista moçambicano, faleceu a 29 de janeiro de 2021.
Raúl Calane da Silva, poeta, escritor, ensaísta e jornalista moçambicano, faleceu a 29 de janeiro de 2021. © Templo Cultural Delfos
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Raúl Alves Calane da Silva, linguista, poeta, ensaísta, escritor e jornalista, nasceu na então Lourenço Marques (Maputo) a 20 de outubro de 1945 e faleceu a 29 de janeiro de 2021 num hospital de Maputo por complicações ligadas à Covid-19.

Como jornalista a carreira de Calane da Silva começou em 1969, antes da independência ele trabalhou no jornal Tribuna e a partir de 1975 foi co-fundador e chefe de redacção da Revista Tempo e coordenador da sua gazeta Artes e Letras, depois do diário Notícias, do semanário Domingo e ainda director de informação e administrador da Televisão de Moçambique.

Foi monitor-finalista de literatura portuguesa e brasileira, professor de literaturas africanas em língua portuguesa e de didática da literatura na Universidade Pedagógica, em Maputo, membro fundador da Associação dos Escritores Moçambicanos, membro do Instituto Internacional de Língua Portuguesa e director do Centro Cultural Brasil-Moçambique, em Maputo.

Calane da Silva obteve o grau de mestre em Linguística Portuguesa pela Universidade do Porto, com a dissertação "A pedagogia do léxico: as escolhas lexicais bantus, os neologismos luso-rongas e a sua função estilística e estético-nacionalista nas obras Xigubo e Karingana wa Karingana de José Craveirinha", bem como o grau de doutor em Linguística Portuguesa pela mesma universidade com uma tese intitulada "Do léxico à possibilidade de campos isotópicos literários".

Foi condecorado, em 2011, em Maputo, com a Comenda da Ordem de Rio Branco e em novembro do mesmo ano foi vencedor do Prémio José Craveirinha, o maior galardão literário moçambicano, que distinguiu a sua carreira na literatura e no ensaio e a sua contribuição para o desenvolvimento das artes e letras em Moçambique.

Calane da Silva escreveu inúmeras obras, da qual a mais conhecida é a colectânea de contos "Xicandarinha na lenha do mundo" e destacamos entre outras "Gil Vicente folgazão racista", que neste momento deveria ser relida em Portugal, participou em diversos congressos, conferências, seminários, publicou vários livros, obras literárias e académicas de investigação e prefaciou inúmeras obras de escritores moçambicanos e textos de apresentação de obras de artes plásticas de artistas moçambicanos e estrangeiros.

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