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Artes

Mário Laginha: "nunca se sentiu tanta fragilidade na cultura"

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O pianista português Mário Laginha tem uma agenda com um número razoável de concerto, no entanto refere que nunca se sentiu tanto a fragilidade na cultura.

Pianista português, Mário Laginha
Pianista português, Mário Laginha © RFI/Lígia Anjos
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Entre Setembro e Dezembro de 2020, o pianista português conseguiu ter muitos concertos. Na altura, Mário Laginha e Camané tinham acabado de apresentar o projecto conjunto ‘Aqui está-se sossegado', "na realidade tínhamos tido 50 concertos agendados, que infelizmente não consegui bater o meu recorde", lembra Mário Laginha.

No início deste ano, Portugal voltou a confinar durante várias semanas, nesse período Mário Laginha confessa que não foi dos mais penalizados, sublinhando que para além de todos os problemas "há um que nos afecta, mais psicologicamente, que é a incerteza, parece que temos constantemente uma nuvem por cima de nós. Uma pessoa pensa que vai tocar amanhã e depois cortam datas. Essa incerteza parece que está sempre a pairar", explica o pianista.

Mário Laginha tem uma agenda com um número razoável de concerto, diz que "a certeza já não é a mesma que tinha antigamente. "A certeza que tinha concerto no tal dia e ia receber dinheiro. Falo disto do dinheiro porque a vida dos músicos pode ser fascinante, mas tem um lado de grande fragilidade e nunca a sentimos tanto como agora", sublinha o pianista.

Mário Laginha afirma que Portugal não se pode comparar com a Alemanha porque não tem a mesma capacidade financeira, contudo "acho que ter a preocupação de estar lá [no sentido de apoiar os artistas], essa pode ser igual à da Alemanha e [Portugal] não está lá".

"A arte tem um papel enorme na sociedade e as pessoas esquecem-se de quando estiveram confinadas, soube bem ver concertos, mas alguém tem de ganhar dinheiro com isso", defende.

O pianista português Mário Laginha editou em 2020 "Atlântico" com Julian Argüelles e Helge Andreas Norbakken, três pesos pesados ​​do jazz europeu. O segundo álbum do trio mistura na perfeição a música de três continentes. A  percussão da África Ocidental com blues americano e as cadências europeias suaves dão suporte a este jazz acelerado.

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