Milhões de visons estão a ser abatidos na Dinamarca, isto porque se encontrou uma mutação do novo coronavírus nesses animais.
Os abates têm chocado pelas imagens reportadas. A decisão governamental tem sido criticada por pessoas que trabalham na indústria dos visons e ainda por juristas, que contestam a legalidade da decisão, visto que há muitas questões em torno da evidência científica que motivaram estes actos.
Além da Dinamarca, a Espanha, em Julho de 2020, tinha decretado o abate de quase 100 mil visons, depois de 80% destes animais terem sido infectados com o novo coronavírus. Ainda em Julho, os Países Baixos tomaram a mesma medida com cerca de 10 mil animais abatidos.
Há relatos que dão conta de casos na Suécia, na Grécia, na Itália e até em França onde 1 000 visons foram também abatidos.
Os especialistas reconhecem, no entanto, que é cedo para perceber se a mutação da Covid-19 pode ter implicações na eficácia da futura vacina.
Também existem relatos sobre outros animais, como gatos ou tigres em jardins zoológicos, que foram infectados com a Covid-19.
Para o Dr. Jorge Cid, Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários em Portugal, é necessário ter um maior conhecimento científico sobre as contaminações entre animais e seres humanos, admitindo, no entanto, que futuras doenças podem ter origens nos animais.
O Dr. Jorge Cid insiste que não há riscos em ter animais de companhia, eles que até são um apoio positivo e emocional durante os períodos de confinamento. Na nossa conversa o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários começou por afirmar que o abate destes animais é chocante.
Dr. Jorge Cid, Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários
Recorde-se que a Dinamarca ordenou abater cerca de 17 milhões de visons devido ao facto de a mutação do vírus criar o risco de a futura vacina não funcionar como deveria, conforme afirmou Mette Frederiksen, primeira-ministra dinamarquesa.
CIÊNCIA 24-11-2020 MM
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