Paulina Chiziane: “As filosofias e as religiões têm um discurso completamente redutor.”
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Paulina Chiziane esteve em Portugal para uma digressão literária de vários dias. Encontros com os leitores em livrarias, bibliotecas, fundações e estabelecimentos de ensino fizeram parte do périplo português da escritora moçambicana.
Em 2021, Paulina Chiziane tornou-se na primeira mulher africana a vencer o Prémio Camões, o mais prestigiado galardão literário de língua portuguesa. Um prémio que mudou "muita coisa" na vida da autora: “As pessoas já me levam a sério. Param para me ouvir, mesmo que não queiram. Precisam de ser bem vistos. Acabam me ouvindo e, se calhar, acabam entendo a razão de ser de tudo aquilo que eu faço.”
Com obras traduzidas em França, Itália, Alemanha, Espanha e EUA, a escritora que em 2003, com o livro Niketche, uma História da Poligamia, ganhou o prémio José Craveirinha, considera que “as mulheres têm que escrever porque o Mundo está desequilibrado".
Em entrevista à RFI, Paulina Chiziane, a primeira mulher moçambicana a publicar um romance ao lançar, em 1990, o livro de estreia Balada de Amor ao Vento, afirmou ser “simplesmente uma aventureira que também é pioneira.”
A infância, a condição das mulheres, os sonhos abafados, o discurso redutor de filosofias e religiões, o vício de escrever e as recaídas, as prisões, a liberdade, o equilíbrio entre géneros e o papel de quem escreve são alguns dos temas que foram abordados durante a entrevista com a escritora em Lisboa, momentos antes de regressar a Maputo.
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