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Reportagem

"O nosso parlamento continua intacto e deve continuar a funcionar"

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A polícia guineense impediu esta quarta-feira, 13 de Dezembro, o acesso de deputados da coligação PAI - Terra Ranka à Assembleia Nacional Popular e dispersou as pessoas que se encontravam em frente ao Parlamento com recurso a granadas de gás lacrimogéneo.

A polícia guineense impediu esta quarta-feira, 13 de Dezembro, o acesso de deputados da coligação PAI - Terra Ranka à Assembleia Nacional Popular e dispersou as pessoas que se encontravam em frente ao Parlamento com recurso a granadas de gás lacrimogéneo.
A polícia guineense impediu esta quarta-feira, 13 de Dezembro, o acesso de deputados da coligação PAI - Terra Ranka à Assembleia Nacional Popular e dispersou as pessoas que se encontravam em frente ao Parlamento com recurso a granadas de gás lacrimogéneo. © RFI/Lígia Anjos
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Entre as 10 e 10h30 da manhã, a Polícia de Intervenção Rápida atirou granadas de gás lacrimogéneo nas estradas que dão acesso ao parlamento, obrigando deputados cidadãos e crianças a fugir. Foi o caso do militante Queba que acompanhámos numa corrida à procura de um lugar seguro.

"Estive em frente ao Parlamento esta manhã e, de repente, surgiram carros com polícias para dispersar as pessoas. As forças tomaram diferentes posições; norte, oeste e sul para impedir o avanço das pessoas. A polícia começou a dispersar as pessoas para que a comunidade internacional e o mundo não veja que os guineenses estão a reivindicar", conta o jovem militante.

Sabino Junior, jovem quadro do partido PAIGC, defende que "o uso da violência contra a população foi inútil" e mostra-se surpreendido quanto "à agressão dos deputados pelas forças policiais".

"Infelizmente, constatámos uma vez mais forças da ordem e segurança a usar a violência contra a população. Esta violência de forma inútil é dispensável. Ninguém está a fazer barulho ou a criticar. Todos estão parados a tentar ver o que está acontecer", alertou.

O jovem quadro do partido PAIGC lamenta que "crianças a caminho da escolas assistam a cenas desta brutalidade. É triste que aconteçam estas coisas". A escola do primeiro ciclo Patrice Lumumba, que se encontra perto do parlamento, foi evacuada por causa do fumo do gás lacrimogéneo que chegou ao interior da escola.

Depois da dispersão dos deputados, o porta-voz dos 54 deputados do PAI-Terra Ranka, Armando Mango, falou aos jornalistas na sede do PAIGC, defendeu que o "Parlamento não foi dissolvido uma vez que o decreto presidencial que tentou dissolver o parlamento não é constitucional".

"O Presidente da Assembleia Nacional Popular convocou os deputados para dar continuação à sessão da Assembleia Nacional Popular, uma vez que tinha sido interrompida. Como deputados fomos cumprir a convocação, mas surpreendentemente encontrámos forças da ordem que nos impediram de entrar na casa do povo. Nós, deputados, fomos cumprir com a nossa obrigação na casa do povo e fomos recebidos com gás lacrimogéneo. O que é descabido e ilegal", afirmou.

Armando Mango garantiu, ainda, que a Assembleia Nacional Popular continua intacta. "Esta tentativa de dissolver a Assembleia Nacional Popular é inconstitucional. O nosso parlamento continua intacto e deve continuar a funcionar. Quem interrompeu a continuação foram as autoridades policiais", acrescenta.

"É preciso continuar a tentar cumprir a lei e estamos determinados em fazê-lo porque fomos eleitos para fazer com que haja legalidade na Guiné-Bissau", concluiu.

Ate ao momento, a Presidência da República da GB escusou-se a fazer quaisquer comentário e não aceitou o pedido de entrevista da RFI.

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