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Vida em França

Macron na Argélia: "A memória é o maior irritante entre os dois países"

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, inicia esta quinta-feira uma visita de três dias à Argélia, o maior país africano, a convite do homólogo Abdelmadjid Tebboune. Esta deslocação acontece num momento de extremar de tensões entre os dois países, naquela que é uma relação muito passional entre a antiga metrópole europeia e a sua ex-colónia do Norte de África. 

Emmanuel Macron e Abdelmadjid Tebboune.
Emmanuel Macron e Abdelmadjid Tebboune. © AP/AFP/Montage RFI
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A Argélia, recorde-se, tornou-se independente há 60 anos, no entanto, apesar da passagem do tempo, existiram muitas feridas que ficaram por curar entre Paris e Argel.

Emmanuel Macron vai estar na capital, Argel, e em Oran, juntamente com uma delegação de cerca de 90 pessoas. O chefe de Estado francês pretende virar a página de um relacionamento com muitos altos e baixos e projectar o futuro.

A restrição de vistos franceses para cidadãos argelinos e a questão da reconciliação entre os dois países deverão ser dois dos temas abordados no encontro. Esta é a opinião de Raul Braga Pires, politólogo e arabista, entrevistado pela RFI.

"Emmanuel Macron cometeu várias gafes durante a campanha eleitoral e precisa de esclarecer-se em privado perante Tebboune. Este é, aliás, o maior irritante, o maior problema entre França e a Argélia, a questão da memória, da história comum, da historiografia e das percepções que cada um tem desta fase de vida comum entre os dois países", salientou.

Raul Braga Pires deu ainda a sua opinião sobre a importância desta visita e reforçou que a mesma acontece num momento particularmente delicado para a Europa devido à guerra na Ucrânia. A questão da substituição do gás russo por gás argelino poderá ser outro dos temas a discutir durante esta deslocação.

Esta visita "insere-se num momento muito interessante porque, uma vez mais, é um momento em plena guerra na Europa" e isso "recentrou de novo a importância estratégica da Argélia e do gás argelino para a Europa". 

De acordo com informações veículadas pelo Palácio do Eliseu, o chefe de Estado francês pretende, com esta visita, "trabalhar com a Argélia em todos os aspectos da relação bilateral".

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