Moçambique acusa a África do Sul de xenofobia
O embaixador de Moçambique na África do Sul, Fernando Fazenda, afirma que tudo leva crer que a morte do taxista moçambicano, Mido Macia, é um acto de xenofobia.
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O taxista moçambicano, Mido Macia, que morreu na passada quinta-feira após oito agentes da polícia sul-africana o terem amarrado na parte traseira de um carro, arrastando-o em seguida cerca de 400 metros numa estrada alcatroada, contínua a provocar reacções.
O embaixador de Moçambique na África do Sul, Fernando Fazenda, em entrevista a Lígia Anjos, disse que analisando os factos da morte do taxista, tudo leva a crer que se tratou de um acto de xenofobia. O responsável fala da onda de contestação que se levantou junto da comunidade moçambicana, maioritariamente mulheres, que exige que os oito polícias aguardem julgamento em prisão preventiva, em vez de saírem mediante o pagamento de uma fiança. A audiência dos oitos agentes de segurança está prevista para esta sexta-feira.
Fernando Fazenda denuncia ainda o clima de medo que se instalou no país e reconhece a impotência da embaixada de Moçambique, como a de qualquer outro país, em proporcionar mecanismos de protecção à comunidade deslocada. O diplomata avança que esses mecanismos devem ser providenciados pelo "país hospedeiro", porém diz ter esperança que a África do Sul ofereça, no futuro, essa segurança.
Fernando Fazenda, embaixador de Moçambique na África do Sul
A Liga dos Direitos Humanos de Moçambique também se pronunciou, acusou a polícia sul-africana de "agir na base de estrangeirismos", por isso defende celeridade na tomade de medidas para acabar com o que chama de "atrocidades" e pede " uma reacção ao nível mais alto do Estado".
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