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Terrorismo

Situação do terrorismo no Sahel é "bastante grave"

Leonardo Simão, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental e Sahel, considera que a situação do terrorismo na região é "bastante grave" e que outros conflitos como Gaza ou Ucrânia têm dispersado a ajuda humanitária.

Léonardo Santos Simão é o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental e Sahel.
Léonardo Santos Simão é o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental e Sahel. AFP - GREGOIRE POURTIER
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Leonardo Simão esteve em Cabo Verde para participar numa conferência internacional sobre democracia e à margem do evento, disse aos jornalistas que falta ajuda humanitária para as populações afectadas pelo terrorismo na África Ocidental e Sahel, esquecidas devido a guerras noutros quadrantes.

"Todo o esforço deve ser feito para apoiar esses países contra o terrorismo, mas ao mesmo tempo, prestar-se a ajuda humanitária à população. E, infelizmente, a constatação é de que o apoio financeiro para ajudar humanitária está em declínio. O entendimento é de que há mais atenção para apoio a Gaza, que também precisa de apoio e também também a Ucrânia. E mais, em detrimento, portanto, das populações da África Ocidental e do Sahel. E, portanto, é preciso reverter este cenário", declarou.

Com menos ajuda, a situação em muitos países do Sahel, segundo Simão, é "bastante grave" e eles encontra-se cada vez mais isolados devido também à instabilidade política.

Às vezes há uma atenção concentrada sobre os regimes inconstitucionais e perde-se a perspectiva do quadro maior que é a luta contra o terrorismo, em que a situação é bastante grave”, disse.

Este apoio deve ser coordenado através das organizações regionais, como a CEDEAO. No entanto, pelo menos três dos países desta instituição estão actualmente sob regimes militares após golpes de Estado, como acontece no Niger, Mali e Burkina Faso. O quarto país, a Guiné-Conacri, não sofre da ameaça terrorista.

Nestes três países, este experiente diplomata moçambicano que trabalha em conjunto com António Guterres, diz haver abertura ao diálogo.

"Há uma maior apetência desses países de dialogar e, segundo, é preciso identificar o que é que é mais urgente. O que é mais urgente é lutar contra o terrorismo e derrotar tudo o resto. Os regimes militares, quando falamos com regimes militares, dizem-nos: vocês querem que haja eleições num território dominado pelo terrorismo, onde não é possível fazer-se o recenseamento eleitoral, onde não é possível fazer se uma campanha eleitoral como deve ser? Então, que tipo de eleições é que vamos ter? O quão representativas vão ser estas eleições? Está em segurança? Olhemos para a questão da segurança em primeiro lugar e depois vamos ver o resto", concluiu.

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