Félix Tshisekedi diz que o seu povo é vítima de "uma ignorância injusta"
Em visita de dois dias a Paris, Félix Tshisekedi disse que a República Democrática do Congo tem sido vítima de "uma ignorância injusta" face às vontades predatórias no conflito no Leste do país.
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O Presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, aproveitou a sua visita a Paris para promover o livro "Para o reencontro do Congo", apresentando-o no espaço Collège des Bernardins. Na audiência deste evento estava, entre outras figuras, Jean-Luc Melenchon, líder da esquerda-radical francesa.
"Este espaço dá-me a possibilidade de dar a conhecer a esta audiência a decepção do meu povo face a uma ignorância injusta de que sofremos desde há 30 anos após uma guerra que nos foi imposta. O meu país enfrenta uma agressão grande e bárbara fomentada por potencias exteriores em violação do direito internacional ao qual se tem vindo a juntar o activismo negativo de forças nacionais e estrangeiras no Leste da nossa República. As consequências destas agressões repetidas são muito duras, milhões de mulheres e raparigas foram vítimas de uma violência inimaginável e 7 milhões de pessoas foram obrigadas a deslocar-se para o interior do país e mais de 10 milhões de pessoas foram mortas devido a esta latente luta mortífera. Apesar de provas irrefutáveis, a mão macabra da destabilização continua a agir com uma impunidade desconcertante que está à vista de todos", disse o Presidente congolês.
Felix Tshisekedi está em França para uma visita de dois dias e vai encontrar-se hoje com Emmanuel Macron. O tema entre os dois líderes será o conflito na província do Kivu Norte, que opõe as forças armadas congolesas e os seus aliados ao grupo armado M23 apoiado pelo exército ruandês.
Na semana passada, Macron pediu a Tshisekedi e ao Presidente ruandês, Paul Kagame, a voltarem à mesa de discussões, pedindo respeito pela integralidade territorial da República Democrática do Congo.
Ainda hoje, Felix Tshisekedi visita também a Escola Militar francesa, acompanhado pelo ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu.
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