Governo venezuelano prende três generais

O governo venezuelano continua sua política de repressão para acabar com o movimento de contestação que sacode o país há seis semanas e já deixou 34 mortos. Três generais da Força Aérea da Venezuela foram presos, acusados de tentativa de golpe de Estado, anunciou ontem (25) o presidente Nicolás Maduro. Um prefeito oposicionista foi condenado na terça-feira a um ano de prisão.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu o apoio da União de Nações da América do Sul (Unasul) para superar a crise no país. REUTERS/Jorge Silva

O anúncio da prisão dos generais foi feito pelo presidente venezuelano durante encontro com os chanceleres da Unasul, em Caracas. Nicolás Maduro afirmou que os militares estavam tramando um complô e se uniram a setores da oposição que querem derrubar seu governo, eleito democraticamente.

Os três homens foram conduzidos a um Tribunal Militar, mas nenhum detalhe sobre a identidade deles foi fornecido. Um coronel da reserva entrevistado pela agência AFP disse que se as detenções foram confirmadas “essa será a primeira vez que generais são acusados de golpe de Estado, em 15 anos de chavismo”.

Os ministros das Relações Exteriores da Unasul estão em Caracas tentando negociar uma saída para a grave crise política do país e o movimento de contestação ao sucessor do carismático Hugo Chávez, morto em março de 2013.

Em abril de 2002, militares conseguiram dar um golpe e derrubar por pouco tempo o presidente. Hugo Chávez voltou ao poder poucas horas depois graças ao apoio popular.

Prefeito da oposição condenado

Na terça-feira, o prefeito oposicionista de San Cristobal, capital do estado de Tachira, no oeste do país, foi condenado a um ano de prisão por não ter evitado a violência na cidade. Foi em Tachira que os protestos estudantis contra Maduro começaram, antes de ganhar as outras cidades do país.

Desde de fevereiro, o governo venezuelano já prendeu três oposicionistas (o líder de um partido e dois prefeitos) e conseguiu destituir a deputada da oposição Maria Corina Machado.

Nicolás Maduro foi eleito com uma pequena margem de votos em abril de 2013 e acusa regularmente a oposição de montar golpes contra seu governo, com o apoio dos Estados Unidos.