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Brasil/Economia

Dilma conta com investimentos da China para melhorar imagem, diz Les Echos

Os investimentos chineses no Brasil podem ajudar a melhorar a imagem da "impopular" Dilma Rousseff, em um momento de grande dificuldade interna para a presidente, afirma o jornal francês Les Echos. A avaliação está em um artigo dedicado à viagem do primeiro-ministro Li Keqiang ao país. "Pequim pode levar conforto à Dilma", estima o diário especializado em economia.

A presidente Dilma Rousseff durante um discurso no Palácio do Planalto, em Brasília. (16/03/2015)
A presidente Dilma Rousseff durante um discurso no Palácio do Planalto, em Brasília. (16/03/2015) REUTERS/Ueslei Marcelino
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Segundo o jornal Les Echos, a visita do chefe de governo chinês será uma oportunidade para Dilma Rousseff melhorar a imagem de seu governo com os resultados de sua política externa. "A presidente vive um período turbulento", ressalta o diário, que enumera a lista de problemas que faz chefe de Estado atravessar um momento difícil internamente: inflação, recessão, plano de austeridade e aumento de desemprego. Tudo isso sem falar no escândalo da Petrobras que atinge políticos próximos do poder, afirma o artigo.

Extremamente impopular, Dilma Rousseff até evitou fazer seu tradicional pronunciamento no dia 1° de maio para não ter que ouvir novamente o barulho das panelas, lembra o jornal.

"Mais do que os resultados de sua política, é sua falta de habilidade que está sendo questionada", escreve o correspondente do diário econômico em São Paulo. Em entrevista, Ricardo Sennes, executivo da empresa de consultoria Prospectiva não poupou críticas à presidente. "Dilma suscita crises e ela mesma se tornou uma espécie de crise política ambulante", afirmou .

Enfraquecida, a presidente delega mais poderes, escreve Les Echos, citando as funções atribuídas ao ministro da Fazenda Joaquim Levy, encarregado de pilotar a política de austeridade econômica, e ao vice-presidente, Michel Temer, escalado para a articulação política com o Congresso. Mas Dilma continua a ser derrotada pelo Legislativo, como na recente votação de uma lei que permite uma redução na idade para requerer o benefício da aposentadoria. Para o diário econômico, esse foi mais um duro golpe para um país que não consegue diminuir o rombo de seu PIB (6,7% no ano passado).

Segundo Les Echos, a direção da filial brasileira da empresa francesa Coface acredita que em seis meses as agências de classificação de risco podem abaixar a nota do Brasil.

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, desembarca hoje em Brasília.
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, desembarca hoje em Brasília. Reuters/Jason Lee

Investimentos

O premiê chinês desembarca em Brasília em um contexto político conturbado, mas Li Keqiang leva ao Brasil o que o país precisa: investimentos para projetos de infraestrutura e linhas de crédito que podem chegar a US$ 53 bilhões.

Les Echos cita como exemplo o "projeto faraônico" de uma linha ferroviária para ligar os Oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando Brasil e Peru pela Amazônia. "O objetivo é facilitar as exportações de soja e matérias primas", explica. 

Outro sinal forte da disposição de Pequim em ajudar o país foram os recursos concedidos por bancos chineses à empresa Petrobras, que está com problemas de financiamento.

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