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França/Turquia

Premiê turco acusa França de ter cometido genocídio na Argélia

O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan também afirmou que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, está usando o "ódio aos muçulmanos e aos turcos" para obter uma vantagem eleitoral. Essas declarações foram uma reação à adoção pelo parlamento francês de um texto condenando a negação do genocídio armênio.

O premiê turco Recep Tayyip Erdogan acusou a França de ter cometido genocídio na Argélia, em represália a uma lei adotada pelos deputados franceses que pune a negação do genocídio armênio.
O premiê turco Recep Tayyip Erdogan acusou a França de ter cometido genocídio na Argélia, em represália a uma lei adotada pelos deputados franceses que pune a negação do genocídio armênio. REUTERS/Umit Bektas
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"Essa votação que aconteceu na França, onde vivem cerca de cinco milhões de muçulmanos, mostrou claramente a que ponto o racismo, a discriminação e o ódio aos muçulmanos atingiram dimensões perigosas na França e na Europa", afirmou Recep Tayyp Erdogan.

Ele incitou a França a assumir seu próprio passado. "Estima-se que 15% da população argelina tenha sido massacrada pelos franceses a partir de 1945. Trata-se de um genocídio", declarou Erdogan, referindo-se às violências cometidas durante o processo de independência da Argélia da dominação francesa, entre 1945 e 1962.

"Se o presidente francês Nicolas Sarkozy não sabe que houve um genocídio, ele pode perguntar a seu pai, Pal Sarkozy, que foi legionário na Argélia nos anos 40", acrescentou o premiê turco. "Tenho certeza de que ele tem muitas coisas a dizer a seu fiho sobre os massacres cometidos pelos franceses na Argélia".

Em resposta às críticas de Erdogan, Nicolas Sarkozy pediu que a Turquia respeite as "convicções" de cada um. "Eu respeito as convicções dos nossos amigos turcos, é um grande país, uma grande civilização, e eles devem respeitar as nossas", disse o presidente à imprensa francesa em Praga, onde participa do funeral do ex-presidente tcheco Vaclav Havel.

O embaixador da Turquia em Paris deixou a capital francesa nesta sexta-feira, chamado para consultas em Ancara pelo primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan.

A Assembleia nacional francesa adotou ontem um projeto de lei punindo com uma multa de € 45 mil a negação do genocídio armênio de 1915-1917, durante a Primeira Guerra Mundial. A Turquia não aceita que os massacres realizados durante os últimos anos do império otomano sejam considerados como genocídio.

Em retaliação, o governo de Ancara suspendeu os contatos políticos com o governo Sarkozy e proibiu as Forças Armadas francesas de utilizar aeroportos, portos e o espaço aéreo turco.

 

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