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Egito/UE

União Europeia suspende exportação de armas para Egito

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia decidiram suspender as licenças de exportação de armas para o Egito. A medida visa pressionar o governo interino egípcio para tentar cessar a onda de violência que atinge o país desde a queda do presidente Mohamed Mursi, deposto pelo exército. No entanto, mesmo se os representantes europeus anunciaram que pretendem revisar a ajuda global ao país, os 27 preferiram manter os programas de apoio financeiro.

A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, no centro da foto, recebeu os ministros europeus da Relações Exteriores em uma reunião de emergência sobre a crise no Egito.
A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, no centro da foto, recebeu os ministros europeus da Relações Exteriores em uma reunião de emergência sobre a crise no Egito. REUTERS/Francois Lenoir
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Reunidos em Bruxelas em um encontro extraordinário nessa quarta-feira, 21 de agosto, os ministros europeus das Relações Exteriores decidiram adotar uma postura comum sobre a crise no Egito. Após horas de discussões, os representantes do bloco anunciaram a suspensão das “licenças de exportação para equipamentos que possam ser usados na repressão interna”, como armas de fogo. Os 27 também avisaram que a cooperação militar ainda será reexaminada.

A decisão segue a linha de vários Estados membros do bloco, que já suspenderam o fornecimento de equipamentos bélicos ao Cairo. No entanto, mesmo se o anúncio é “um sinal forte, claro e determinado” aos egípcios, como explicou o ministro alemão da Relações Exteriores, Guido Westerwelle, ele terá um impacto limitado, já que a maioria das armas que abastecem o exército do Egito vem de outros países, principalmente dos Estados Unidos.

A questão da ajuda financeira dada pelos europeus também foi discutida. Porém, mesmo se os representantes do bloco disseram que a contribuição global dada ao Egito será “revisada”, nenhuma redução foi anunciada. “Nós decidimos manter nossa ajuda à população, pois ela já está sofrendo muito. Reduzi-la agora seria um desastre”, justificou o chanceler francês Laurent Fabius.

A União Europeia é um dos principais parceiros comerciais do Cairo. Em novembro de 2012 os 27 anunciaram um programa de assistência de 5 bilhões de euros (mais de 16 bilhões de reais) destinado a melhorar os setores da educação e da saúde no Egito entre 2012 e 2014.

Com a pressão moderada, os europeus tentam manter um papel de mediador entre as forças armadas e a Irmandade Muçulmada. Mas a influência a União Europeia, assim como a dos Estados Unidos, é cada vez mais contestada por países ricos da região, como a Arábia Saudita. O príncipe Saoud al-Fayçal, chefe da diplomacia saudita, que apóia o governo de transição egípcio, chegou a declarar que seu país poderia aumentar sua ajuda financeira ao Cairo caso os ocidentais decidam reduzir sua contribuição. 

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