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Egito/Hosni Mubarak

Justiça egípcia ordena libertação de ex-ditador Hosni Mubarak

A Justiça egípcia ordenou na tarde desta quarta-feira a libertação do antigo ditador egípcio Hosni Mubarak, preso desde que foi retirado do poder pela via revolucionária, no início de 2011. O Ministério Público egípcio já havia abandonado as acusações de corrupção contra o ex-chefe de Estado, que o mantinham preso. Agora, o tribunal acatou o pedido de liberdade apresentado por seu advogado e ele pode sair em breve da prisão de Tora, no sul do Cairo.

Housni Mubarak poderá ser liberado nas próximas 24 horas. Nesta foto do dia 15 de abril de 2013, ele se encontra numa delegacia de polícia no Cairo.
Housni Mubarak poderá ser liberado nas próximas 24 horas. Nesta foto do dia 15 de abril de 2013, ele se encontra numa delegacia de polícia no Cairo. REUTERS/Stringer/Files
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Apesar do procurador Ahmed el Bahraui ter dito que não recorrerá da decisão, não se sabe se o ex-ditador será efetivamente liberado. Mubarak já havia conquistado liberdades condicionais em três outras ocasiões, por já ter cumprido o período máximo de detenção preventiva. Mas outras acusações sempre impediram sua saída. 

Pode ser o caso novamente, já que ele ainda deverá enfrentar dois julgamentos: um por sua responsabilidade na morte de 800 manifestantes durante a Primavera Árabe; e um outro por corrupção. Ainda que ele saia da prisão, aos 85 anos, ele dificilmente terá algum futuro político. Sua libertação não deixa de ser emblemática da evolução drástica do equilíbrio de forças no Egito, sete semanas depois de o exército derrubar o presidente Mohamed Mursi.

Além do próprio Mursi, uma série de altos quadros da Irmandade Muçulmana foi presa pelo governo interino. Nesta terça-feira, foi a vez de Mohamed Badi, guia supremo da confraria e, no dia seguinte, as mídias oficiais anunciaram as detenções de Murad Ali, conselheiro de comunicação do braço político do grupo e o sacerdote Safwat Hegazy, conforme eles tentavam fugir do país.

Combate à Irmandade Muçulmana
Essas prisões mostram a vontade do novo poder de combater diretamente a Irmandade Muçulmana. O atual primeiro ministro, Hazem Beblaui, chegou inclusive a cogitar publicamente a dissolução da confraria.

Em comunicado emitido nesta terça, após a prisão de Badi, o grupo reagiu: "os golpistas pensam que a prisão de dirigentes da Irmandade Muçulmana e os ataques contra sua imagem na mídia farão os egípcios se curvarem diante do Golpe de Estado".

Esta semana foi marcada pela violência contra a Confraria. Na quarta-feira, as forças de segurança desalojaram manifestantes pró-Mursi que ocupavam duas praças do Cairo, com rara brutalidade: quase 600 pessoas morreram.

Desde então, o país entrou em clima de guerra, com quase 900 pessoas mortas, de acordo com dados do governo. Cem deles seriam soldados e policiais, os outros todos islamitas. A Aliança Anti-Golpe de Estado, favorável à Irmandade Muçulmana, afirma que ao menos 1,4 mil partidários do ex-presidente morreram.

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