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Argélia/sequestro

Islamitas ainda mantêm reféns em refinaria de gás na Argélia

O balanço de mortos da operação do Exército da Argélia contra os radicais islâmicos que fizeram centenas de reféns na refinaria de gás de In Amenas, no leste do país, ainda é uma incógnita. Um balanço parcial divulgado na noite de quinta-feira pelas autoridades da Argélia afirma que 30 reféns, sendo sete estrangeiros, morreram, assim como 11 jihadistas. Um dos terroristas mortos era de nacionalidade francesa, segundo fontes de segurança da Argélia.

Refinaria de gás em In Amenas.
Refinaria de gás em In Amenas. AFP PHOTO / STATOIL / KJETIL ALSVIK
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O ministro da Comunicação argelino, Mohamed Said, afirma que uma parte da refinaria está sob controle do Exército, mas o núcleo principal continua cercado e nas mãos dos sequestradores, que teriam vindo da Líbia. Os islamitas afirmam que a intervenção militar causou 50 mortes. Não há informações sobre a situação de pelo menos 40 reféns estrangeiros.

O ministro do Interior, Manuel Valls, disse que a França está sem notícias de dois cidadãos do país que ainda se encontram na refinaria. Ele se baseia em informações repassadas por outros dois franceses que chegaram a Paris após terem conseguido escapar da refinaria de In Amenas.

O ministro se recusou a confirmar se um dos sequestradores mortos era francês, como divulgado por uma fonte de segurança argelina. A França evita julgar a ação do exército argelino e pede prudência nos comentários e críticas sobre a decisão do governo de Argel. A intervenção aconteceu cerca de 30 horas depois do ataque à refinaria.

Os argelinos decidiram agir rapidamente para acabar com o sequestro, assumindo os riscos para os reféns. Uma mensagem firme, principalmente por se tratar de um local estratégico, no caso a refinaria de In Amena, responsável por 18% do gás exportado pelo país.

Reações

O Japão protesta contra a operação militar argelina. O premiê Shinzo Abe interrompeu uma viagem que fazia ao sudeste asiático para retornar a Tóquio e acompanhar os desdobramentos do sequestro. Abe insiste que a segurança dos reféns deve ser a prioridade.

Dos 17 japoneses que trabalhavam na refinaria, 14 não foram localizados. O embaixador da Argélia na capital japonesa foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores japonês para prestar esclarecimentos.

Os governos dos Estados Unidos disse não ter sido informado da operação e a Grã-Bretanha também lamentou não conhecer por antecedência a intervenção militar. O governo britânico confirma que a operação ainda está em curso.

Especialistas estimam que o ataque à refinaria de gás foi planejado com antecedência. Há dúvidas se houve cumplicidade de trabalhadores da refinaria ou um relaxamento da segurança no local. Os extremistas islâmicos exigem o fim da intervenção francesa no Mali e justificaram o sequestro pela abertura do espaço aéreo argelino à aviação militar francesa, em operação no norte do Mali.

Ontem, o presidente François Hollande disse que o seqüestro na Argélia justifica ainda mais a decisão de seu governo de intervir no Mali para libertar o país do terrorismo islâmico.
 

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