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Egito/ revolução

Polícia egípcia impede protestos na véspera do aniversário da revolta

A polícia egípcia precisou usar gás lacrimogêneo para dispersar hoje dezenas de manifestantes que tentavam desfazer barreiras de blocos de cimento, instaladas para proteger a praça Tahrir, na véspera de o país comemorar dois anos do levante popular que culminou com a queda do ex-ditador Hosni Mubarak. Os manifestantes querem livre acesso ao local, símbolo da revolução.

Os adversários do presidente Mohamed Mursi fizeram passeata na praça Tahrir no último dia 21.
Os adversários do presidente Mohamed Mursi fizeram passeata na praça Tahrir no último dia 21. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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Dezenas de jovens egícios tentavam desbloquear o acesso à praça, onde ocorreram os protestos há dois anos. Eles queriam que, amanhã, aniversário de dois anos do início das revoltas, o local esteja livre para a circulação. Além disso, no ano passado, muros foram construídos em algumas ruas no entorno da praça devido à proximidade de prédios do governo e à ocorrência de confrontos entre os serviços de segurança e manifestantes.

“Abaixo o presidente Mohamed Morsi! Abaixo o poder do Guia [supremo da Irmandade Muçulmana]”, gritavam os manifestantes nesta quinta-feira. O presidente é integrante do partido Irmandade Muçulmana e é contestado por opositores laicos.

Alguns começaram a jogar pedras nos policiais, que acompanhavam a mobilização à distância. Foi neste momento que a polícia respondeu com gás lacrimogêneo. Grupos laicos e participantes das revoltas de janeiro-fevereiro de 2011 convocaram protestos para marcar, amanhã, o aniversário de dois anos.

Anistia Internacional lamenta falta de condenações

Hoje, a Anistia Internacional publicou um relatório sobre a comemoraçã, no qual destacou que a “se o Egito deseja romper as violações que definiram a era Mubabak”, será necessário identificar e julgar os responsáveis pela morte de 841 manifestantes, dois anos atrás, através de investigações independentes.

O relatório detalha as falhas nas investigações e processos ocorridos até agora contra os supostos responsáveis da repressão do Exército durante os protestos, que resultou na morte de centenas de manifestantes, além de mais de 6,6 mil feridos.

“Nem um único alto responsável ou membro das forças de segurança foi reconhecido culpado pela justiça por ter matado ou ferido manifestantes, nem foi alvo de sanções apropriadas”, afirma o texto. “Dois anos após o levante, os homicídios em de que as forças de segurança são suspeitas permanecem impunes”, lamentou Hassiba Hadj Sahraoui, diretora-adjunta do programa Oriente Médio e norte da África da Anistia Internacional.

“Ao não fazer o necessário para que os responsáveis sejam punidos, o presidente Morsi não opera qualquer ruptura com as últimas décadas de violações dos direitos humanos”, disse Hadj.
 

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