Polícia de Bangladesh prende responsáveis pelo Rana Plaza
Dois responsáveis de uma sociedade têxtil e dois engenheiros foram presos neste sábado em Bangladesh, três dias depois que um prédio que abrigava confecções próximo à capital Dacca desabou, matando mais de 350 pessoas. No momento da tragédia, cerca de 3 mil pessoas trabalhavam no edifício Rana Plaza - 900 ainda estão desaparecidos e mais de mil, feridos. O proprietário do imóvel, Mohammed Sohel Rana, continua foragido.
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O dono e o diretor geral do New Wave Style, o principal dos cinco ateliês que funcionavam no imóvel, foram entregues à polícia por sua associação profissional nesta madrugada. Sua confecção, que produzia peças para diversas grifes americanas e europeias, funcionava nos últimos andares do prédio, que foram construídos ilegalmente. Os dois engenheiros presos são acusados de ter ignorado o alerta de funcionários da confecção que constataram, na terça-feira, fissuras nas paredes.
Localizado em Savar, a 30 km da capital, o Rana Plaza foi construído sem os alvarás das autoridades competentes, mas operava mesmo assim. De acordo com o secretário de Estado dos Assuntos Internos de Bangladesh, Shamsul Huq, "todas as pessoas envolvidas, incluindo o arquiteto, o engenheiro e os construtores, serão presas por ter erguido este prédio defeituoso".
Esperança e revolta
As buscas por sobreviventes continuam. Neste sábado, mais 20 pessoas foram retiradas com vida dos escombros e a equipe de resgate luta para alcançar mais 15 que estão soterrados sob blocos de cimento. Apesar de ainda não terem conseguido resgatá-los, os bombeiros lhes enviaram água, comida e tubos de oxigênio. Marina Begum, sobrevivente de 22 anos que passou três dias à espera do resgate, disse que o cenário era "como o inferno": "Estava muito quente e era difícil respirar. Não havia água nem comida. Só recuperei a consciência no hospital".
Neste sábado, houve novos protestos em Dacca, com carros depredados e incendiados. A polícia reprimiu os manifestantes usando bombas de gás lacrimogênio. De acordo com H.T. Imam, conselheiro do Primeiro Ministro, o povo exige a morte de Sohel Rana, que dirige a organização de jovens da Liga Awami, o partido no poder. Em ameaça aberta ao antigo proprietário do edifício, Imam disse: "Desta vez, não pouparemos ninguém".
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