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Turquia/Síria/Iraque

NATO apoia Turquia contra EI e os curdos do PKK

A Aliança Atlântica manifestou esta terça-feira a sua "forte solidariedade" para com a dupla ofensiva turca contra o Estado Islâmico (EI) na Síria e os rebeldes curdos do PKK no Iraque. Os aliados pedem contudo "uma resposta adequada" ao PKK numa altura em que Ancara aperta o cerco aos curdos dentro e fora do país.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg REUTERS/Eric Vidal
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Reunida de urgência esta terça-feira em Bruxelas a pedido de Ancara, a NATO reiterou, na pessoa do secretário-geral Jens Stoltenberg, "a forte solidariedade" e o apoio com que Ancara pode contar na luta contra o terrorismo.

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Jens Stoltenberg - Secretário-geral da NATO

Stoltenberg adiantou também que a Turquia não solicitou uma "presença militar adicional" nesta reunião convocada por Ancara à luz do artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte que permite a um membro que peça uma consulta mútua em caso de ameaça contra a sua integridade territorial.

Segundo fontes diplomáticas, os 27 aliados reconheceram a Ancara o direito à auto-defesa mas alguns defenderam uma "resposta adequada" face aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, com vista a salvaguardar o frágil processo de paz encetado em 2012.

É que na sequência das ofensivas turcas de sábado e de domingo contra bases do PKK, no norte do Iraque, o grupo separatista curdo já cancelou a trégua instável que tinha com Ancara desde 2013 e as negociações de paz iniciadas pelo Governo turco em 2012.

Mas o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan declarou esta terça-feira que "é impossível continuar (com o processo de paz) com aqueles que atacam a unidade nacional". Além disso, o chefe-de-Estado turco pediu ao parlamento que levante a imunidade dos deputados "ligados ao terrorismo" visando claramente os deputados do Partido Democrático dos Povos (HDP), partido pró-curdo da oposição tido como próximo do PKK. Entretanto, o Procurador do Tribunal da Relação abriu uma investigação sobre alegadas "actividades e declarações ligadaas ao terrorismo" do HDP.

O HDP que foi um dos grandes vencedores das recentes legislativas turcas arrecadando 80 assentos parlamentares, um sucesso que participou do enfraquecimento do partido de Erdoğan que perdeu a maioria absoluta que detinha desde a sua chegada ao poder em 2002.

A verdade é que, na luta contra o EI, os curdos têm sido um apoio essencial para a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, nomeadamente na Síria. Depois de ontem terem expulsado o EI da cidade de Sarrin, cortando a ligação que os islamistas utilizam para fazerem circular homens e armas entre Alepo e Raqa, a "capital" síria do EI, as milícias curdas da Síria terão feito o mesmo em Al-Hasakah, cidade do noroeste do país, juntamente com o exército sírio.

Esta milícias curdas têm assumido o controlo de zonas estratégicas outrora ocupadas pelo islamistas tal como Kobane, em janeiro, e Tall Abyad, em junho.

Os analistas têm questionado os verdadeiros objectivos de Ancara perante a premência da questão curda na sua nova postura interventiva. Além da ofensiva militar contra o PKK do Iraque, e agora a nível interno e judicial contra o HDP, a Turquia foi ontem acusada de ter bombardeado posições da facção armada do Partido da União Democrática (PYD), a principal força curda na Síria.

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