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Chade

Morreu Hissène Habré, antigo presidente do Chade, condenado por crimes contra a humanidade

Morreu Hissène Habré, antigo presidente do Chade. Tinha 79 anos e morreu no Hospital Central de Dacar, vítima de Covid-19. O antigo chefe de Estado do Chade tinha sido condenado em 2016 a prisão perpétua por crimes contra a humanidade por um tribunal africano. Reed Brody, da Human Rights Watch, acompanhou muitas das vítimas de Hissène Habré, e falou sobre a sua morte.

L'ancien dictateur tchadien Hissène Habré, escorté par des militaires après avoir été entendu par un juge, le 2 juillet 2013 à Dakar.
L'ancien dictateur tchadien Hissène Habré, escorté par des militaires après avoir été entendu par un juge, le 2 juillet 2013 à Dakar. AFP PHOTO / STRINGER
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"Habré é um ditador que matou dezenas de milhares de pessoas de forma sistemática. Mandou mulheres serem escravas sexuais, as vítimas ainda estão a lutar pelos seus direitos desde o julgamento em Dacar. Ele foi condenado a pagar milhões de dólares, que ele escondeu, e as vítimas ainda estão a reclamar essa indemnização. Cinco anos depois, ainda não receberam nada. O Governo do Chade também foi condenado e as vítimas, extremamente pobres, ainda não receberam um cêntimo", denunciou Reed Brody, da Human Rights Watch, aos microfones da RFI.

Hissène Habré cumpria no Senegal uma sentença de prisão perpétua por crimes contra a humanidade, após um julgamento sem precedentes.

O antigo líder do Chade, que governou o país entre 1982 e 1990, foi condenado a prisão perpétua a 30 de maio de 2016, depois de ser acusado de crimes contra a humanidade, violações, execuções, escravidão e sequestros.

Uma comissão de investigação chadiana calculou o número de vítimas da repressão em cerca de 40 mil.

A família de Hissène Habré reclamava há meses um outro regime de detenção, alegando que devido à sua idade e ao seu estado de saúde, estaria fragilizado. Em 2020, a justiça senegalesa permitiu mesmo uma estadia de 60 dias na sua casa, devido à pandemia de covid-19.

O ditador acabou por nunca pagar os 125 milhões de euros de compensações devidas às suas vítimas.

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