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Senegal/Relações internacionais

Fórum de segurança em Dacar apela a consenso em África contra terrorismo

Teve início na segunda-feira em Dacar a sétima edição do "Fórum sobre a Paz e Segurança em África ", com a participação de várias personalidades, nomeadamente o presidente da Comissão  da União Africana, Moussa  Faki Mahamat. O encontro tem como objectivo reflectir sobre soluções tendentes a eliminar a violência e as guerras do continente africano, actualmente confrontado com uma vaga de terrorismo. Moussa Faki Mahamat, chamou a atenção para as implicações do terrorismo em África.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, apelou no dia 6 de Dezembro de 2021 em Dacar, os países  africanos a chegarem a um consenso na luta contra o terrorismo.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, apelou no dia 6 de Dezembro de 2021 em Dacar, os países africanos a chegarem a um consenso na luta contra o terrorismo. Flickr/CC/Chatham House/©Suzanne Plunkett 2017
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°Iniciado a 6 de Dezembro de 2021 em, Dacar capital  do Senegal, o sétimo Fórum sobre a Paz e a Segurança em África visa reflectir sobre estratégias e soluções, de forma a pôr termo aos conflitos e a manter a estabilidade  institucional e democrática no continente africano.

Entre os dirigentes presentes no fórum de Dacar estão, nomeadamente, o  chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o  presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat. A França e a União Europeia são representados, através, respectivamente, da ministra  da Defesa, Florence Parly e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Na sua alocução de abertura do Fórum de Dacar, Moussa Faki Mahamat, chamou a atenção para as implicações do terrorismo sobre a estabilidade democrática e institucional em África.  

01:09

Moussa Faki Mahamat no Fórum de Dakar 6 12 2021

 "O que fizemos nós para sermos actualmente o continente onde o terrorismo se  alastra, onde  se multiplicam as mudanças  anti-constitucionais  praticamernte sem  problemas.  Já é tempo, mais do que tempo, de colocar a questão, simples, mas defintivamente fatal. Porquê que chegamos a esta situação?

Eu sei, pelo facto de vivê-lo no dia -a- dia, que a África realizou coisas boas, em matéria de integração e de posicionamento internacional . Todavia , no que  diz  respeito à resistência ao terrorismo e ao recuo  da nossa modernidade democrática, nós não podemos evitar o lancinante questionamento. Manifestamente,  nós devemos antes de tudo procurar a resposta em nós próprios, devido ao défice de solidariedade entre africanos.

Na maioria dos casos, os Estados africanos observam o que se passa e desviam o olhar, e nada mais".

               ( Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana)

Segundo os analistas, a dificuldade em combater o terrorismo  em África, reside no facto de que os  países do  continente não falam a uma só voz.

O  Presidente sul-africano,Cyril  Ramaphosa, aproveitou a tribuna do Fórum sobre a Paz e a Segurança em África para lançar um apelo à unidade entre os Estados africanos.

Por seu  lado o  seu  homólogo do Níger, Mohamed Bazoum, referindo-se especificamente à luta contra o terrorismo, considerou que a força G5 do Sahel actua num quadro muito limitativo, daí a sua ineficácia, assim como destacou a  falta de consenso  entre os  países africanos.

Segundo observadores  no Sahel,  a  força Takuba, formada  por  militares de países europeus , que  vai prosseguir a luta contra o terrorismo na região corre, a médio prazo, o risco de demonstrar a sua ineficácia à semelhança do se passou com a operação Barkhane.

Os participantes no fórum de Dacar consideraram que os desafios com os quais a África está confrontada ultrapassam a questão militar e abrangem a problemática do desenvolvimento. Eles sublinharam a necessidade de lutar contra a pobreza no Sahel,  por intermédio, designadamente, de trocas comerciais mais equitativas com  os países ricos.  

Numa entrevista concedida em Dacar,  conjuntamente à RFI e à France 24, a  ministra da Defesa de França,  Florence Parly, denunciou o recurso a mercenários para lutar contra o terrorismo  em África, visando a agência  de segurança privada russa, Wagner que opera no Mali.

Segundo Parly, a França não  está disposta a aceitar uma intervenção russa no Sahel, tanto com militares  como  através de mercenários.

 

 

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