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#Burkina/Golpe Militar

Militares confirmam tomada do poder no Burkina Faso

Os militares confirmaram, esta segunda-feira, numa declaração na televisão estatal, que tomaram o poder no Burkina Faso e anunciaram a dissolução do governo e do Parlamento. A União Africana, a CEDEAO, a União Europeia e os EUA pedem o respeito pela integridade física do Presidente Marc Roch Christian Kaboré.

Os militares confirmaram, esta segunda-feira numa declaração na televisão estatal, que tomaram o poder no Burkina Faso.
Os militares confirmaram, esta segunda-feira numa declaração na televisão estatal, que tomaram o poder no Burkina Faso. © RTB/Capture d'écran
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Foi na televisão estatal que os militares anunciaram, esta segunda-feira, terem tomado o poder, destituído o Presidente Marc Roch Christian Kaboré, dissolvido o governo e o Parlamento.

O Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauro (MPSR) "que reúne todas as componentes das forças de defesa e segurança decidiu pôr fim ao poder de Marc Roch Christian Kaboré a 24 de Janeiro de 2022", anunciou o capitão Sidsoré Kader Ouédraogo, porta-voz dos militares, rodeado por cerca de quinze soldados na televisão.

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Declaração dos militares golpistas no Burkina Faso, capitão Sisdoré Kader Ouédraogo

"Povo do Burkina Faso: o Movimento Patriótico para a Salvaguarda e a Restauração, MPSR, decidiu assumir as suas responsabilidades perante a História. O movimento que reúne todas as componentes das forças de defesa e segurança decidiu, assim, pôr termo ao poder do senhor Roch Marc Christian Kaboré a 24 de Janeiro de 2022. Uma decisão tomada com a finalidade única de permitir que o nosso país volte à boa direcção e por forma a reunir todas as suas forças para se lutar em prol da sua integridade territorial, da sua recuperação e da sua soberania. O MPSR faz questão em frisar que as operações decorreram sem derramamento de sangue e sem nenhuma violência física em relação às pessoas capturadas que estão detidas em lugar seguro no respeito da respectiva dignidade", afirmou o capitão Sidsoré Kader Ouédraogo.

O comunicado é assinado pelo tenente-coronel Henri Sandaogo Damiba, presidente do MPSR, o movimento que promete trabalhar para estabelecer um calendário “aceitável para todos” para a realização de novas eleições.

A União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Europeia e os Estados Unidos manifestaram a sua preocupação com os acontecimentos no Burkina Faso e pediram o respeito pela integridade física do Presidente Marc Roch Christian Kaboré. Washington e Bruxelas pediram a "libertação imediata" de Kaboré e Paris recomendou aos franceses que sejam cautelosos e evitem qualquer viagem ao Burkina.

A ONU também exortou os autores do golpe "a deporem as armas" e a protegerem a "integridade física" do Presidente Kaboré.

No poder desde 2015 e reeleito em 2020 com a promessa de lutar contra os terroristas, o Presidente Kaboré era cada vez mais alvo de protestos da população, cansada da violência de vários grupos extremistas islâmicos e da incapacidade das forças armadas de travarem o avanço jihadista.

No domingo, vários quartéis foram palco de motins de soldados, que exigiram a substituição das chefias militares e meios para combater os grupos terroristas.

Desde a chegada ao poder do actual Presidente, em 2015, o Burkina Faso vive uma espiral de violência atribuída a grupos jihadistas afiliados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico. Os ataques levaram à morte de mais de 2.000 pessoas em quase sete anos e forçaram a deslocação 1,5 de milhões de pessoas.

Os militares também têm vindo a sofrer baixas consequentes. Em Dezembro, mais de 50 elementos das forças de segurança foram mortos na região do Sahel e nove soldados foram mortos na região centro-norte em Novembro.

O golpe no Burkina Faso acontece num momento em que o Sahel está cada vez mais desestabilizado por jihadistas que também atingem o Níger e o Mali, país que foi palco de dois golpes em poucos meses.

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